O mandato de Lula termina junto com o ano de 2006, mas nesta semana o Governo Federal colocou em marcha um projeto para as bibliotecas nacionais para as próximas duas décadas.
É isto o que afirma Galeno Amorim, ex-secretário de Cultura de Ribeirão Preto, gestão Palocci, que acaba de assumir a recém-criada Coordenação Nacional de Leitura e Bibliotecas Públicas.
Subordinada à Biblioteca Nacional, que passou no início do ano a concentrar as atribuições da extinta Secretaria do Livro e da Leitura (de Waly Salomão), a nova autarquia é a responsável pelo maior projeto do governo na área.
O Fome de Livro, o “Fome Zero“ da área da leitura, será lançado em abril, mas já está com suas linhas-mestras rascunhadas. “É um programa de algumas dezenas de milhões“, afirma Amorim.
Os recursos devem vir, segundo ele, do Ministério da Cultura, da Fundação Biblioteca Nacional, de empresas estatais e, em menor escala, de Estados e Prefeituras, costura política já em marcha.
Amorim diz que uma das prioridades do “Fome“ é encher a barriga de livros dos municípios sem bibliotecas públicas no país, cerca de 1.300 deles -para afirmar que vai cumprir a meta, o ex-secretário de Ribeirão Preto acena com seu retrospecto de “ter estabelecido na cidade um dos maiores índices de bibliotecas por habitante do mundo, uma para cada 6.000 ribeirão-pretanos“.
Ontem à tarde se reuniriam pela primeira vez os integrantes da comissão que vai estabelecer os critérios da formação dos acervos dessas centenas de bibliotecas. Cada uma deverá ter 2.500 livros, 2.000 deles comuns a todo o país e os restantes escolhidos regionalmente, “contemplando autores e preferências regionais“.
Na comissão de dez integrantes, que vai definir a compra dos cerca de 3,25 milhões de exemplares, a novidade é a presença pela primeira vez em um processo de decisão federal das pequenas e médias editoras, representadas pelo presidente da Libre (Liga Brasileira das Editoras), Angel Bojadsen.
Amorim, ele mesmo, criou e administrou uma editora de pequeno porte, a ribeirão-pretana Palavra Mágica. “Estou afastado da editora, mas tenho, independente disso, compreensão do papel das pequenas editoras em um mercado como o Brasil. Elas conseguem ousar mais, publicar títulos que as grandes não levam adiante