Fechando a lacuna digital na educação: o que vem sendo feito?

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A internet como ferramenta para educação é cada vez mais importante, mas ainda é uma realidade distante para milhões de lares brasileiros. Venho trazer aqui uma verdade não-inconveniente (sim, em alusão ao título daquele famoso documentário): a resistência à tecnologia vem se tornando cada vez mais rara, felizmente.

Sim, a vida está mais simplificada, a inteligência artificial faz parte praticamente de tudo o que nos cerca, pessoas de todas as idades já enxergam os benefícios de uma vida digital.

Não por acaso, o mais recente relatório da We Are Social 2023 mostrou que o brasileiro passa mais de nove horas e meia conectado, perdendo apenas para os sul-africanos nesse quesito. Para alguns, ter acesso à internet se tornou algo garantido.

No entanto, essa não é a realidade para uma boa parcela da população, principalmente a que habita regiões remotas. Dados do levantamento mais recente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) sobre o tema, referentes a 2021, mostram que 25% das pessoas em áreas rurais não possuem acesso à internet. O impacto dessa lacuna pode ser sentido em vários aspectos importantes da sociedade, desde o simples contato entre membros de comunidades dessas localidades, que normalmente vivem afastados uns dos outros, até a obstáculos no ensino. Esse último é um ponto crítico, já que a educação é a base para a construção de um futuro com mais e melhores oportunidades.

Aliás, a necessidade de conectividade como um apoio para o ensino se tornou ainda mais evidente no auge da pandemia da covid-19, que revelou não apenas a relevância de se manter ativo o processo educacional, mesmo à distância, mas as adversidades de todo o setor para seguir o progresso da era digital.

No que diz respeito às escolas, conforme a Anatel, o ano de 2022 terminou com 9,5 mil instituições sem acesso à internet, sendo que seis estados possuíam mais de 10% das escolas sem conexão: Acre (46,0%), Amazonas (40,9%), Roraima (36,1%), Pará (27,9%), Amapá (27,5%) e Maranhão (11,9%). O déficit é ainda mais evidente em áreas mais afastadas dos grandes pólos do Brasil, onde é mais difícil fornecer serviços de internet cabeada devido à falta de estrutura de atendimento local e até mesmo à topografia da região.

Uma das grandes aliadas na democratização da conectividade é a internet via satélite. Como o sinal vem por meio aéreo, consegue vencer obstáculos geográficos até chegar aos receptores, que podem ser instalados em locais estratégicos para conectar comunidades.

Creio que um dos maiores exemplos do potencial dessa forma de acesso às escolas no país é o programa WiFi Brasil, pelo Ministério das Comunicações. Desde 2018, o programa já levou internet a mais de nove milhões de brasileiros, incluindo cinco milhões de alunos em escolas de áreas rurais ou indígenas

Os avanços da tecnologia satelital vêm permitindo atingir velocidades de conexão mais rápidas e maior cobertura. Além disso, o sinal via satélite, pode ser distribuído para o usuário via ondas de rádio ou fibra, quando disponível, o que aumenta as possibilidades de uso. Essa versatilidade tecnológica faz da internet via satélite ainda mais importante em um país com as dimensões e características geográficas do Brasil.

O desafio ainda é grande. Afinal, estamos falando do presente e do futuro de milhões de pessoas. No entanto, podemos olhar com otimismo para os próximos anos. Os exemplos atuais nos mostram o impacto positivo que a internet pode ter na educação e na inclusão social em geral. Investimentos e estímulos por inovações ágeis e abrangentes, que visem diminuir diferenças em pilares tão significantes para a sociedade, como a educação e a diminuição da exclusão digital, sempre serão os caminhos certos a serem seguidos.

Publicado por Terra em 29/05/2023.

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