No mês de maio, a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) divulgaram a pesquisa “Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro”, com apuração da Nielsen BookData. O resultado mostrou que, em 2023, as editoras brasileiras registraram faturamento de R$ 4 bilhões nas vendas ao mercado, representando decréscimo nominal de 0,8%.
A retração no setor foi mais acentuada em termos reais, com uma queda de 5,1%, considerando a variação do IPCA de 4,62%, em comparação com 2022. O número de exemplares vendidos ao mercado também apresentou uma redução de 8% no período. A pesquisa analisou o desempenho do mercado dividido em quatro subsetores: Obras Gerais, Didáticos, Religiosos e CTP (Científicos, Técnicos e Profissionais).
O levantamento aponta ainda que, em 2023, o setor editorial brasileiro produziu 45 mil títulos e 320 milhões de exemplares. Deste total, metade foi de livros didáticos, que atingiram a marca de 161 milhões de exemplares produzidos. Entre os canais de distribuição do subsetor de Didáticos, houve crescimento no faturamento apenas em livrarias exclusivamente digitais e vendas por sites próprios/marketplace. No primeiro caso, passou de 14,9% para 15,7% do faturamento e, no segundo caso, passou de 12,6% para 15,7%.
No quadro geral, quando se trata de todos os subsetores analisados, o canal de livrarias exclusivamente virtuais manteve a liderança no ranking de participação no faturamento das editoras, representando 32,5% do faturamento anual. Os sites próprios e marketplaces ganharam destaque, aparecendo pela primeira vez entre os cinco principais canais de faturamento das editoras de todos os subsetores.
Nas vendas ao mercado, o subsetor de Obras Gerais registrou um recuo nominal de 2,5% e de 6,8% em termos reais. CTP (Científicos, Técnicos e Profissionais) teve uma queda nominal de 5,9% e de 10,1% em termos reais. Em contrapartida, as editoras de Didáticos e Religiosos apresentaram desempenho nominal positivo nas vendas ao mercado, com crescimento de 1,2% e 4,5%, respectivamente. Contudo, houve queda real de 3,3% no subsetor de Didáticos e uma ligeira retração de 0,1% no subsetor de Religiosos.
A “Pesquisa Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro”, outra parceria entre a CBL e o SNEL, com apuração da Nielsen BookData, mostrou que, em 2023, o faturamento das editoras com conteúdo digital apresentou alta nominal de 39%, com um crescimento real de 33%. Esse crescimento foi impulsionado pelo desempenho de plataformas educacionais e bibliotecas virtuais, que registraram altas nominais de 68% e 59%, respectivamente. Nos últimos cinco anos, o faturamento com conteúdo digital cresceu 158% em termos reais. Em 2023, os conteúdos digitais corresponderam a 8% do faturamento das editoras, representando um aumento de 2 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
Para conferir as pesquisas na íntegra, acesse o link.
