Faltam livros nas escolas de São Paulo

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Dois meses depois do início das aulas, alguns estudantes da rede estadual de São Paulo ainda não receberam os livros pedagógicos que serão usados em 2007. A falta acontece em escolas da capital e do interior do Estado. 
 
A Secretaria da Educação informou ontem que a responsabilidade pela distribuição dos livros é do Ministério da Educação (MEC), por meio do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), mas que vai distribuir 70 mil livros de sua reserva estratégica para tentar amenizar o problema. 
 
Ontem, durante visita à Estação Palmeiras/Barra Funda do Metrô, no primeiro dia de utilização do Bilhete Fidelidade, o governador José Serra (PSDB) foi abordado pela professora Maria Lúcia Gardel Ramos, de 45 anos. Falando baixo, mas nervosa, ela pediu que ele intercedesse para conseguir livros para os seus alunos do ensino fundamental da Escola Conselheiro Antônio Prado. “São crianças carentes, que não têm livros para estudar”, explicou. Serra ouviu o pedido e pediu que ela passasse a situação a seus assessores, prometendo ajudar. 
 
Para saber a real quantidade de livros em falta, a secretaria está fazendo um levantamento nas 90 diretorias de ensino do Estado. Elas têm até sexta-feira para encerrar um “mutirão técnico” e entregar a lista de escolas e números de estudantes prejudicados. 
 
De acordo com a assessoria da secretaria, o problema ocorreu por falha na avaliação do MEC, que usou o Censo Escolar de dois anos atrás para calcular a quantidade de livros a serem entregues e chegou a um total de 17 milhões de unidades. Com o erro, houve uma defasagem de 12% na quantidade de livros para estudantes da 5ª a 8ª séries em relação a 2006. 
 
A falta dos livros acontece ao mesmo tempo em que ocorre o atraso na entrega de kits de materiais escolares. Mais de 3 milhões dos 5 milhões de estudantes do Estado não receberam os kits, que são entregues pelo Estado.  
 
De acordo com a secretaria, a entrega começou a ser feita no dia 5 nas escolas da capital e ontem seria iniciada nas escolas do interior e da Grande São Paulo. 
 
Em Santo Amaro, a diarista Marineuza dos Santos diz que seus dois filhos, na 5ª série e 2º ano do ensino médio da Escola Maria Petronilha, não receberam os materiais e os livros. “O material eu mesma comprei. O problema são os livros.” Em Araçatuba, a 545 km da capital, a doméstica Elivete Nascimento da Silva enfrenta o mesmo problema. Seu filho, na 6ª série da Escola Joubert de Carvalho, não recebeu nada. “Gastei mais de R$ 50 com materiais escolares. Para quem ganha um salário mínimo, isso é muito.” 
 
Segundo a assessoria do Ministério da Educação, o responsável para falar sobre o assunto retornaria a ligação ainda ontem, 26 de março, o que não ocorreu até as 20 horas.  

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