O material didático repassado pelo governo para a rede pública de ensino em Minas Gerais não está sendo suficiente para atender a todos os alunos. O número de livros enviados é baseado em uma contagem feita pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
O problema é que os dados não conferem e somente na superintedência de Varginha, que abrange 28 municípios, o déficit estimado é de 3 mil livros didáticos.
Essa postura prejudica os alunos, de acordo com o relato da estudante Rayra de Paiva Rezende, da oitava série. Ela e outros alunos precisam se revezar na leitura dos livros ou então estudar junto com dois, às vezes três colegas, em épocas de prova.
Para a professora Milene Fioravante Albuquerque, a situação também está longe da ideal, já que algumas atividades ficam prejudicadas.
A analista educacional da Superintendência de Ensino explica que os livros de Português, matemática, Ciências, História e Geografia vem do governo federal que faz o repasse diretamente às escolas. O governo faz uma projeção do número de alunos com base no censo escolar do ano anterior e por isso ocorre a falta de livros.
Segundo a coordenadora geral do programa de Livros do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação em Brasília, Sônia Coelho, seria preciso que as escolas fizessem um remanejamento dos livros.
De acordo com a analista da secretaria regional de ensino, Paula Renata de Brito, outro fator agravante é que algumas escolas recebem livros em excesso, mas não comuniam o fato à superintendência com medo de faltar no ano seguinte. Um levantamento estaria sendo providenciado com o objetivo de remanejar os livros.