Ex-ministros criticam, mas vêem avanços

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O PDE lançado pelo presidente Lula foi criticado pelos ex-ministros da Educação e parlamentares Paulo Renato de Souza (PSDB-SP) e Cristovam Buarque (PDT-DF). Ambos admitem avanços, mas vêem problemas. 
 
“O PDE é um pouco mais forte que uma aspirina, mas não chega a ser um antibiótico“, disse Cristovam. 

Para Buarque, o avanço maior acontece nas etapas de educação superior e técnica, mas a educação básica -prioridade do PDE-não seria “nada além de um novo passo dos últimos 20 anos“. 
 
Paulo Renato discorda. “Gostei muito da parte que aborda o ensino básico. É um verdadeiro plano“, disse. O ex-ministro do governo FHC questiona exatamente a parte do plano que recebeu elogios de Cristovam: “As medidas relacionadas ao ensino superior e técnico não resultam em um plano.“ 
 
 
 
Especialistas em educação opinam sobre o PDE
Portal MEC – Letícia Tancredi 
 
Educadores, ministros, embaixadores, parlamentares, empresários e representantes de ONGs compareceram à cerimônia de lançamento do Plano de Desenvolvimento da Educação, nesta terça-feira, 24, no Palácio do Planalto. Confira algumas opiniões de especialistas sobre as medidas: 
 
Timothy Mulholland — Reitor da Universidade de Brasília — “O plano é louvável por seu espírito e pelos mecanismos que serão instalados para seu funcionamento. É uma conquista para a autonomia universitária e vai ajudar a tornar a gestão das universidades mais fluida e mais ágil. Outro grande problema nosso é a gestão de pessoal que, agora, também vai ganhar com a medida de liberação da reposição de quadros.” 
 
Paulo Speller — Presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) — “É um ato de coragem do governo federal de colocar a si próprio na linha de frente do compromisso para, de uma vez por todas, dar início ao processo de construção de uma educação pública de qualidade, que nós nunca tivemos neste país. Educação no Brasil sempre foi sinônimo de privilégio para os filhos da elite. É a primeira vez que nós temos no nosso país um plano que busca levar essa qualidade para o conjunto da sociedade.” 
 
Carlos Abicalil — Deputado federal (PT/MT) e membro da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados — “Essas medidas dão instrumentos operacionais para que o governo conduza uma construção de qualidade da oferta educacional brasileira. Já estamos em uma outra etapa no nível da educação e creio que o próximo século será assegurado pela vigilância e mobilização popular e por uma resposta adequada do poder público.” 
 
Cláudio Gomes — Diretor-geral do Cefet-CE — “O PDE representa um dos maiores avanços da educação brasileira nos últimos anos. E a criação de novas unidades dos Cefets, escolas técnicas e agrotécnicas em todo o Brasil é fundamental para o desenvolvimento sustentável do país, principalmente porque essas unidades estão indo para o interior, onde as oportunidades de formação profissional dos nossos jovens são muito escassas.” 
 
João Dilmar — Prefeito de Limoeiro do Norte (CE) e presidente da Associação dos Prefeitos do Ceará — “Chegou o momento de um desenvolvimento mais integrado da educação neste país. O tempo de permanência do aluno na escola é muito importante para a gente lá no Nordeste. Com a implementação do plano vamos ter uma educação de qualidade.” 
 
Maria do Pilar Lacerda — Presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) — “Talvez a grande revolução do plano seja a de lançar um olhar cuidadoso para aqueles municípios que nunca conseguiram chegar a Brasília para reivindicar seus direitos e que têm menos recursos e os menores índices de desenvolvimento. Nós, secretários municipais de educação, estamos entusiasmados com a possibilidade de que o plano tenha impacto na escola rural do menor município brasileiro. Outro aspecto importante é o foco dado à família. Os dirigentes municipais estão muito engajados nessa proposta. É importante saber que tem um movimento nacional hoje e que não é só do governo, é da imprensa, sociedade, de pais e mães, pois não dá para se trabalhar mais nos padrões de qualidade que se trabalhava no Brasil até então.” 
 
Suely Rodarte — Secretária municipal de educação de Carmo da Cachoeira (MG) — “Nunca é tarde. Hoje, todos nós, os municípios mais distantes, estamos envolvidos e participantes dos planos de educação. Esse plano vai nos levar à equiparação com outros países. A educação não é mais plano político, agora é plano de nação. Ela começa a ter toda a sua firmeza. Dou o exemplo da minha cidade, que é um município de 13 mil habitantes no sul de Minas, em que hoje está sendo criado um pólo da Universidade Aberta do Brasil (UAB).” 
 
Célio da Cunha — Especialista em educação da Unesco no Brasil — “O ponto mais global do plano talvez seja o fato de que a concepção pedagógica está focada na aprendizagem. O plano tem a grande meta de substituir uma cultura já arraigada há décadas na educação, que é a cultura do fracasso, substituindo-a por uma cultura da aprendizagem, do sucesso. É uma aprendizagem com cidadania, com formação ética. Essa é a grande virtude. Para atingir esse objetivo o plano tem o cuidado de atuar simultaneamente em diversas variáveis, por exemplo, no piso dos professores, o que reconstrói a auto-estima do professor brasileiro. A escola passa a ser uma agência de aprendizagem e cidadania. Não é um plano para um governo, como o ministro enfatizou, é um plano com objetivo de se tornar uma política de estado.”

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