Escolas da rede pública receberão, neste ano, 20 mil computadores do Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo/MEC). Até junho, o Ministério da Educação, mediante convênio com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), abrirá licitação para a compra dos equipamentos, com valor estimado em R$ 40 milhões. Os computadores serão entregues a 2,1 mil estabelecimentos de ensino.
Criado em 1997, o ProInfo já equipou 4.640 escolas públicas brasileiras com laboratórios de informática. São, ao todo, 53,8 mil computadores utilizados pelos alunos para desenvolver trabalhos e pesquisas. Os laboratórios são usados também na formação de professores. Segundo dados da Secretaria de Educação a Distância (Seed/MEC), o ProInfo já beneficiou oito milhões de alunos e capacitou 138 mil professores.
“A proposta do ProInfo é instalar de 70 mil a 80 mil computadores nas escolas públicas até o fim do governo Lula”, adianta Américo Bernardes, diretor do Proinfo. Ele explica que a rede pública precisaria de 1,5 milhão de computadores para equipar as escolas com laboratórios de informática de uso pedagógico.
As escolas públicas brasileiras têm, hoje, apenas 220 mil computadores – além do MEC, recebem equipamentos, por meio de convênio, das secretarias estaduais e municipais de Educação. “A expansão em larga escala do programa de informática só se dará com a execução dos recursos do Fundo de Universalização para serviços de Telecomunicação (Fust), o qual permitirá que se atinja a meta de um milhão de computadores até 2008’’, comenta Bernardes.
Projetos – Com a volta às aulas, professores das escolas públicas atendidas pelo ProInfo começam a preparar os projetos a serem desenvolvidos nos laboratórios de informática neste ano. Quase a metade (2.231) dessas escolas já está conectada à internet.
No Distrito Federal, o ProInfo beneficiou 59 escolas. O Centro de Ensino Fundamental da 104 Norte, por exemplo, desenvolve, desde 1998, projetos com laboratório de informática. Os alunos da quinta à oitava série utilizam os 15 microcomputadores, uma vez por semana, em atividades pedagógicas programadas por professores de diferentes disciplinas. Um exemplo é o trabalho desenvolvido pela professora Simone Cerutti Trindade, de Ciências, no ano passado. As turmas de sexta série pesquisaram e montaram, no programa Power Point – possibilita a exposição de dados em slides – uma apresentação sobre vegetais com aspectos como alimentação, morfologia e medicina popular. “Foram reservadas aulas para que os alunos pesquisassem sobre o assunto na internet. Depois, eles montaram as apresentações”, diz Simone. “O mais interessante é que 50% dos nossos alunos nunca tiveram contato com computador fora daqui.”