Escolas ganham 40 obras sobre a cultura negra

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email

Professor da rede municipal terá condição de tratar da questão racial em classe  
 
 
As escolas da rede municipal de São Paulo vão ganhar a partir deste mês uma coleção de livros que têm o negro como ponto central. São 40 títulos, num total de 30 mil unidades que vão de literatura infantil a livros de história, antropologia, cultura africana e afro-brasileira. “O projeto vai fazer o aluno negro resgatar sua história e ajudar o branco a conhecer melhor a cultura e a história africanas”, diz a assessora técnica da Secretaria Municipal de Educação, Marilândia Frazão. Para ela, os professores “precisam de instrumentos para tratar de questões raciais na sala de aula” e o tema sempre foi deixado em segundo plano nas escolas.  
 
O projeto, chamado de Bibliografia Afro-Brasileira, reúne títulos para todas as faixas etárias. Alguns serão enviados às escolas de educação infantil, outros às de ensino fundamental e cursos de jovens e adultos. Os assuntos serão tratados nas disciplinas, como tema transversal. Os livros estarão à disposição dos alunos nas escolas. Em abril, segundo Marilândia, educadores da rede pública receberão informações sobre como usar o material.  
 
A notícia agradou os representantes do movimento negro. “Um dos geradores da baixa estima do aluno negro é a ausência quase total de símbolos da sua história”, diz o frei Davi Raimundo dos Santos, diretor executivo da ONG Educafro. Para o advogado e coordenador do Centro de Estudos de Relações de Trabalho e Desigualdade, Hédio Silva Jr., “essa iniciativa pode ajudar a escola que hoje forma brancos para se sentirem superiores e negros para se sentirem inferiores”.  
 
A secretaria gastou cerca de R$ 400 mil no projeto. A escolha dos títulos ficou a cargo da secretaria e de órgãos da Prefeitura que tratam da questão racial. Entre as obras estão Doce Princesa Negra, de Solange Azevedo Cianni, Racista, Eu de Jeito Nenhum, de Mauricio Pestana, e Diferenças e Preconceito na Escola, de Julio Groppa Aquino. O projeto será lançado oficialmente na semana que vem pela prefeita Marta Suplicy.  

Menu de acessibilidade