Os colégios de aplicação, instituições ligadas a universidades federais e consideradas como referência de qualidade na educação básica, foram convidados pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, a colaborar com o Portal do Professor. “Os colégios de aplicação são as melhores escolas públicas do país. O que eles podem fazer para atender os professores das redes estaduais e municipais”?, indagou Haddad aos diretores, reunidos nesta terça-feira, 8, em Brasília.
O desafio foi aceito pelos diretores, que já marcaram reunião para o próximo dia 17 com o secretário de Educação a Distância, Carlos Bielschowsky, quando detalharão as atividades. A proposta de Haddad é que os professores dessas instituições de ensino contribuam com suas práticas em sala de aula, que ele chama de “chão da escola”. Por exemplo, como planejam e organizam as aulas, como se comunicam com os alunos, que dificuldades encontram e que saídas usam, qual a quantidade de deveres de casa passam para os estudantes.
Lançado na internet em 18 de junho deste ano, o Portal do Professor é um espaço de pesquisa, troca de práticas pedagógicas e de experiências entre os docentes, com acesso a objetos de aprendizagem construídos por universidades de diversos países. Enfim, “é um mundo aberto ao professor”, diz Haddad. O que o ministro pretende, agora, é ampliar a troca de experiências entre colegas do magistério e socializar o memorial do conhecimento testado e aprovado nos colégios de aplicação para atender o Plano de Desenvolvimento da Educação Básica (PDE), lançado em abril de 2007. O plano atribui ao governo federal a tarefa de formar os professores das redes públicas.
Em contrapartida à colaboração dos colégios, o Ministério da Educação oferece recursos para o custeio da atividade extra e bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) aos professores. O custeio e a oferta de bolsas também serão temas da reunião do dia 17.
Qualidade — O país tem hoje 16 colégios de aplicação, distribuídos em universidades federais de todas as regiões. Eles oferecem da educação infantil ao ensino médio. São aproximadamente 12 mil alunos e 1,1 mil professores. De acordo com o presidente do Conselho de Diretores dos Colégios de Aplicação da Educação Básica, Romeu Augusto Bezerra, a resposta ao pedido do ministro é positiva. A excelência da educação oferecida pela instituições, segundo Bezerra, está na qualificação dos professores. No colégio da Universidade Federal de Santa Catarina, dirigido por Bezerra, 82% dos professores são mestres ou doutores.
Bezerra destaca o reconhecimento da população à qualidade do ensino ministrado nesses colégios, medido pela procura de vagas. Para atender de forma justa essa procura, os colégios usam como sistema de ingresso o processo seletivo e sorteio público de vagas.