Escola vende 751 kg de livros para reciclagem por R$ 60

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A escola estadual Chiquinha Rodrigues, na Vila Penteado (zona norte de São Paulo), vendeu 751 kg de livros –entre didáticos, dicionários e de literatura– a um depósito de reciclagem, a R$ 0,08 o quilo –valor informado pelo dono do estabelecimento. O material corresponde a cerca de 2.500 exemplares. O destino de parte do material deve ser uma usina que o transformará em papel reciclado. Segundo o proprietário do depósito, os livros de literatura e dicionários deverão ser revendidos a sebos. 
 
Entre os itens no depósito estava uma coleção de cinco livros, em bom estado, de Julio Verne. Havia também um exemplar de “Ilíada“, de Homero, e “O Guarani“, de José de Alencar. Apesar do bom estado, estavam empoeirados e aparentavam ser antigos. Em alguns livros didáticos, o ano de publicação era 2001. Estavam em branco e aparentavam não terem sido aproveitados.  
 
No depósito, a capa dos livros didáticos foi arrancada, pois é classificada como “misto“ –espécie de papelão– e se difere das folhas brancas no processo de reciclagem. Neste mercado, o quilo do “papel branco“ custa em média R$ 0,20 e é revendido a R$ 0,30. Pai de uma aluna matriculada na terceira série da Chiquinha Rodrigues, Roberto de Paula Braga, 44, se disse “indignado“. “Nunca vi minha filha trazer um livro [da biblioteca da escola] para casa“, apontou.  
 
Tocantins 
 
O Ministério Público de Tocantins instaurou inquérito para apurar a venda de material didático da rede pública para uma empresa de reciclagem em Gurupi (244 km de Palmas). Livros escolares novos e usados, identificados como sendo dos anos de 2004, 2005 e 2006, foram encontrados nesta semana em um depósito, prontos para serem reciclados.  
 
Em nota, a Secretaria da Educação de Tocantins afirmou que o material fazia parte de uma “reserva técnica“ enviada anualmente pelo governo federal a Estados e municípios e que estava com o prazo de utilização vencido. No Ceará, a funcionária da Prefeitura de Itaitinga responsável pela venda de duas toneladas de livros didáticos a um reciclador foi afastada. O prefeito instaurou processo administrativo para investigar como os livros, entre eles alguns novos, foram parar em uma sucata e quase foram destruídos.  
 
Outro lado 
 
A Secretaria de Estado da Educação de São Paulo informou ontem que abrirá uma “portaria de apuração preliminar“ para investigar a venda dos livros. 
 
Segundo o órgão, uma equipe da diretoria de ensino responsável pelas escolas estaduais da região iria ontem à noite ao colégio para apurar o fato. 
 
Depois, a equipe iria ao depósito de reciclagem. Se fosse constatado algum “erro de procedimento“, os livros seriam reavidos, afirmou o órgão. 
 

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