Ensino integral é a melhor alternativa para educação do país, avalia pesquisador

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Uma pesquisa de opinião intitulada “Percepções sobre a Educação Pública e o Ensino Médio no Brasil” apontou que 84% dos entrevistados avaliam o Ensino Médio Integral de forma positiva e associam esse modelo aos bons resultados educacionais. O levantamento foi encomendado pelo Instituto Natura e o Instituto Sonho Grande, produzida pela Quaest Consultoria, e entrevistou 6.545 pessoas nos 26 estados e no Distrito Federal.

Para o pesquisador e ex-secretário de Educação de São Paulo, Alexandre Schneider, essa modalidade de ensino é a melhor saída para a educação do país. “O tempo integral faz com que os alunos tenham o maior número de estímulos possível, não só pelo olhar educacional, mas também pelo profissionalizante”, avalia.

No entanto, para ser viabilizado, o Ensino Integral “deve ser flexível a demandas regionais”, diz o ex-secretário. “Nem sempre um modelo de educação que dá certo em um local, dará em outro. Por isso, as redes públicas devem ter tranquilidade para construir modelos diferenciados,” completa.

Alexandre Schneider aponta três desafios principais para pôr o Ensino Integral em prática no Brasil. O primeiro é verificar se existe espaço físico na rede pública. “Para uma escola funcionar em tempo integral, alunos de diferentes turnos podem deixar de ser atendidos. Portanto, deve-se investir na construção de novas unidades ou ampliação da rede”, pontua.

O segundo é relativo ao fato de os educadores muitas vezes terem mais de um vínculo empregatício, em mais de uma escola. “É impraticável exigir que um professor deixe um emprego que complementa sua renda para focar em apenas um”, na avaliação do pesquisador. “Para isso tem que ser feito um incentivo partindo dos gestores públicos.”

Já o terceiro é o currículo híbrido, isto é, educacional e profissionalizante. De acordo com a pesquisa, 75% dos pais, mães e/ou responsáveis gostariam que seus filhos estudassem em uma escola de Ensino Médio Integral.

Para o pesquisador, isso está atrelado ao fato de que muitos alunos estão na fronteira entre deixar a escola ou ficar no período noturno para trabalhar durante o dia e ajudar os pais financeiramente. “O resultado disso é o estudante ser submetido a empregos precários, por não terem preparação para o mercado. A modalidade profissionalizante é importante porque não tira o aluno da escola e ainda o prepara.”

O ex-secretário Alexandre Schneider reforça que a saúde mental dos estudantes no pós-pandemia, período em que ficaram dois anos distantes do convívio proporcionado pelas escolas, deve ser considerada.

“A Educação Integral é importante não só pra que o aluno aprenda, mas para que ele se sinta estimulado no processo de aprendizagem, com mais tempo e cuidado disponíveis”, finaliza.

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