Editoras questionam licitação de Requião

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A Associação Brasileira de Editores de Livros (Abrelivros) questionou no dia 1 de fevereiro o processo de licitação feito pelo governo do Paraná para compra de 650 mil livros didáticos de Português e Matemática, para o ensino médio. A entidade, que representa 27 editoras, alega que o governo paranaense ignorou a fórmula de adotar publicações indicadas pelos professores, levando em conta apenas o critério do menor preço. “Isso vai contra o processo de melhoria da qualidade do ensino“, comentou o presidente da Abrelivros, João Arinos dos Santos.  
 
Diante disso, as maiores editoras – oito credenciadas a participar – se recusaram a entrar na licitação, encerrada no dia 1 de fevereiro com a realização de um pregão eletrônico. Apenas duas editoras do Paraná participaram do pregão: a Base e a Positivo. Elas também integram a Abrelivros e são credenciadas no Ministério da Educação (MEC).  
 
Para a operação, o governo do Paraná investirá R$ 2,2 milhões na compra dos exemplares, mas o processo de escolha está sendo posto em dúvida por outras editoras, que suspeitam de favorecimento à Editora Base, pertencente à família do secretário de Desenvolvimento Urbano, Renato Adur.  
 
Para Renato Adur, as insinuações não têm fundamento. O secretário negou sua participação na direção da empresa. “Me desliguei desde que assumi minha função no governo. Não tenho mais nada a ver com a editora“, afirmou ele. “Além disso, um pregão eletrônico torna impossível qualquer tipo de favorecimento. É um processo aberto e vence quem der o melhor preço“, garantiu.  
 
A Editora Base ficou responsável pela venda de 450 mil livros de Português, de autoria de Carlos Alberto Faraco, para as três séries do ensino médio, ao preço de R$ 0,29 cada caderno tipográfico de 16 páginas, e a Editora Positivo (Nova Didática) cuidará da venda de 200 mil unidades de livros de Matemática de Adilson Longen, também por R$ 0,29.  
 
O Estado gastará R$ 783 mil para comprar os 200 mil livros de Português da Base para a 1.ª série, R$ 588,7 mil para 140 mil exemplares da 2.ª série e R$ 478,5 mil para a 3.ª série. Para a aquisição dos 200 mil livros de Matemática da 1ª série, da Positivo, o investimento será de R$ 1,1 milhão. O preço máximo estipulado pelo governo foi de R$ 0,30 centavos o caderno tipográfico.  
 
O presidente da Abrelivros disse que os livros que serão adotados pelo governo do Paraná têm boa qualidade. Mas Arinos ressaltou que a escolha genérica é ruim, por não levar em conta realidades diferentes de professores e alunos.  
 
Por meio de nota, a secretaria da Educação e Cultura do Paraná argumentou que o processo de compra foi aberto a todos. Segundo o governo, todos os livros foram indicados por professores capacitados que passaram pelo crivo do MEC.  
 
 
 
Positivo e Base fornecerão para governo do Paraná  
Valor Econômico – por Marli Lima  
 
Depois de três tentativas, o governo do Paraná conseguiu comprar livros didáticos para 400 mil alunos do ensino médio da rede estadual de ensino. No dia 01 de fevereiro duas editoras paranaenses participaram do pregão eletrônico.  
 
Uma delas é a Positivo, que fornecerá 200 mil livros de matemática. A outra é a Base, que pertence à família do secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, Renato Adur, e que entregará 450 mil livros de português. Adur é diretor-adjunto da Associação Brasileira de Editores de Livros (Abrelivros), instituição que desde o início do processo licitatório posicionou-se contra os métodos adotados pelo governo do Paraná.  
 
Procurado pelo Valor, ele informou estar afastado da editora.  
 
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Paraná compra livro didático por meio de leilão 
Gazeta Mercantil – Ivanir Bortot 
 
As editoras Base e Positivo foram as vencedoras do leilão público realizado no dia 1 de fevereiro para a compra de 650 mil livros didáticos de português e matemática pela Secretaria da Educação do Estado do Paraná. O preço dos livros ficou em R$ 0,29 para cada caderno de 16 páginas, 3,01% abaixo do valor máximo fixado pelo governo, em um negócio de R$ 3,009 milhões. Os livros serão distribuídos gratuitamente aos alunos do ensino fundamental, a partir de março de 2005.  
 
“O fato de as editoras paranaenses terem participado do pregão eletrônico, apesar da posição contrária da Abrelivros, demonstra o grau de responsabilidade social para com a educação“, afirmou o secretário da educação, Maurício Requião. O governo do Paraná havia feito três tentativas de compra direta junto ás editoras. A as editoras não se inscreveram.  
 
O presidente da Associação Brasileira de Livros (Abelivros), João Arinos Ribeiro Santos, disse a este jornal que a decisão das demais editoras nacionais de não participar do leilão foi individual, mas que coincide com a visão der sua entidade. “O leilão do livro único vai contra a escolha democrática feita pelos professores e contra os esforços para melhorar a qualidade do ensino“, afirmou Santos.  
 
O edital eletrônico teve a consulta de 42 editoras, mas apenas as editora Base e Positivo, de Curitiba, participaram do leilão. A editora Base fechou a venda de 450 mil exemplares de livros de português, para as três séries, todos de autoria do escritor Carlos Alberto Faraco, ao preço de R$0,29 por unidade de caderno tipográfico de 16 páginas; a Editora Positivo (Nova Didática) efetuou a venda de 200 mil livros de matemática, do autor Adilson Longen, também ao preço de R$0,29 por unidade tipográfica.  
 
A secretaria adquiriu da Editora Base 200 mil exemplares da língua portuguesa da primeira séria por R$783 mil, 140 mil livros da língua portuguesa da segunda série por R$588,7 mil e 110 mil livros da língua portuguesa da terceira séria por R$ 478,5 mil. A editora Positivo foi contratada para produzir 200 mil livros de matemática da primeira série por R$ 1, 160 milhão. O governo tinha orçado recursos da ordem de R$ 4,9 milhões para adquirir esse material didático.  

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