Editoras de didáticos ensaiam fusões

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A cada dois anos, o governo federal, o principal comprador de livros didáticos do país, reforça os pedidos de obras que serão utilizadas no ensino para as escolas públicas. Esse movimento de reposição acontecerá agora, tendo como objetivo o ano letivo de 2004. Isso deve movimentar R$ 580 milhões em negócios no setor. Não é só isso: fusões de empresas estão a caminho. 
 
A companhia espanhola Santillana, divisão do grupo de mídia Prisa, manteve conversas com a editora Ática/Scipione, o maior grupo no segmento de livros didáticos no país, com quase 30% do setor. Estão interessados em comprar a editora, controlada pelo grupo Vivendi e pela Abril. 
 
Há também empresas do ramo e grupos de investidores brasileiros e americanos sondando o grupo. “Se aparecer uma proposta interessante, pode haver negócio. Mas já vimos casos de outras companhias, como a Saraiva, que estiveram à venda no passado mas, por conta da falta de boas propostas, nada foi fechado“, diz Alfredo Chianca, diretor editorial e comercial da Ática. 
 
O interesse da companhia espanhola na Ática/Scipione cresceu depois que a Vivendi informou ao mercado, no começo de 2003, o seu interesse em vender a sua divisão editorial. 
 
O caso não é único. Em agosto, a Saraiva assinou o contrato de compra da Formato Editorial, empresa brasileira da área. Foram pagos R$ 7,6 milhões pela companhia -R$ 2,5 milhões na assinatura do negócio e até R$ 5,1 milhões a serem pagos após a venda de livros ao governo federal. 
 
Negócios no setor tendem a ser fechados após o recebimento de recursos com a venda de livros ao governo, por meio do chamado PNLD (Programa Nacional de Livros Didáticos). Isso porque o volume não é nada desprezível. 
 
O orçamento do programa para o ano letivo de 2004 é de R$ 580 milhões e tem crescido ano a ano, diz Wander Soares, presidente da Abrelivros (Associação Brasileira dos Editores de Livros). 
 
O volume de obras vendidas chegava a 60 milhões de exemplares em 1994. Para 2004, calcula-se que serão comercializados 120 milhões de unidades em escolas públicas. “O mercado de livro didáticos tem potencial. Mas uma série de fatores recentes atrapalhou nosso desempenho“, diz Soares. Entre os fatores estão o preço dos insumos e o crescimento dos cursos pré-vestibulares que possuem apostilas próprias. 
 
 
 

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