Editoras aumentam lucro em 2005

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O mercado editorial ainda não publicou o resultado consolidado de 2005, mas considerando-se os balanços divulgados por três editoras – FTD, Saraiva e Atlas -, o ano passado trouxe lucro e crescimento para os negócios.  
 
A FTD, que edita livros didáticos, teve alta de 87,4% no lucro líquido, para R$ 19,3 milhões. O lucro da Saraiva, que trabalha com didáticos e técnico-científicos, somou R$ 40 milhões, com aumento de 120%. E a Editora Atlas, que publica títulos técnico-científicos, conseguiu reverter o prejuízo de R$ 212,5 mil, em 2004, para um lucro de R$ 1,7 milhão (ver quadro ao lado).  
 
Segundo as empresas, parte desse lucro é explicada pela aplicação da lei número 11.033, sancionada em dezembro de 2004. Esta lei reduziu a carga tributária sobre as editoras, isentando-as de pagar PIS /Pasep e Cofins. João Tissi, diretor-presidente da FTD, disse que a desoneração fiscal compensou, em 2005, o desconto no preço dos livros que as editoras deram ao governo, seu maior cliente, em 2004.  
 
O governo – maior comprador de livros no Brasil – conseguiu negociar um preço menor do que o pago em 2003. “Só obtivemos esses resultado (o preço menor em 2004) porque prometemos às empresas a desoneração fiscal“, diz Daniel Silva Baladan, presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão do governo responsável pela compra dos livros para todas as escolas do país – algo em torno de 110 milhões de unidades por ano, cada uma no valor médio de R$ 5.  
 
Outra editora que aproveitou a lei para recompor as margens de lucro foi a Atlas. A empresa, uma das mais tradicionais do segmento de técnico-científicos, fechou 2004 com prejuízo de R$ 212,5 mil e no ano passado lucrou R$ 1,7 milhão. Segundo Enoch Bruder, diretor comercial, “a empresa havia assimilado o aumento dos custos dos últimos anos sem repassar para o consumidor“.  
 
A Saraiva, que obteve um expressivo aumento no lucro, de 120%, no ano passado observou no próprio balanço que a isenção da alíquota “sobre a cadeia de comercialização do livro contribuiu para esse resultado positivo, beneficiando cerca de 76% do nosso mix de vendas consolidadas“.  
 
O consumidor final, porém, ainda não foi beneficiado com preços menores. Estudo feito por Francisco Anuatti Neto, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (Fearp/USP), mostra que apenas uma pequena fatia de 1,5%, de um universo de 88,9 mil títulos, teve o preço final reduzido em 2005. Outros 57,3% desse total não apresentaram variação de preço e o restante ficou mais caro.  

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