Ediouro quer crescer 30% na área de educação em 2014

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Nos últimos meses, o grupo Ediouro e sua divisão de livros passaram por várias mudanças, com a saída de alguns profissionais com anos de casa e a chegada de novos executivos, vários provenientes de outros mercados. A última contratação foi a do executivo KaikeNanne, ex-diretor de revistas como Claudia, Nova e Capricho, como publisher da área de livros de interesse geral. Com as várias mudanças, o mercado voltou sua atenção para o que acontecia em Bonsucesso, bairro carioca onde o Ediouro se localiza. E para tentar entender este momento da empresa, o PublishNews conversou com Antonio Araújo, Diretor Executivo de Livros e Educação do grupo Ediouro.

Em entrevista exclusiva, Araújo explica a mudança estrutural pela qual a área de livros vem passando, afirma que as vendas ligadas à educação devem crescer 30% em 2014 e ainda promete para breve uma disponibilização mais ampla do catálogo da Ediouro em formato digital. O executivo ainda falou sobre a lista de mais vendidos do PublishNews e lembra que ela é um ciclo. “Já houve o ciclo Nova Fronteira, ciclo Sextante,Record, agora o da Intrínseca”, comenta.

PublishNews: A Ediouro Livros acaba de contratar o jornalista Kaíke Nanne, que vem para um cargo novo na estrutura da Ediouro. O que acontece com os editores e gerentes editoriais que já estão na casa?

Antonio Araújo: A chegada do Kaíke Nanne na Ediouro faz parte de uma mudança estrutural. Não é uma substituição de ninguém. Nós teremos publishers que vão liderar os seus negócios, de ponta a ponta, sabendo muito bem quem são seus clientes, autores, competidores. Kaíke, pela sua bela história profissional, é um especialista em identificar e trabalhar segmentos de clientes e, por isso, vai dirigir o negócio trade, onde estão os nossos autores mais comerciais. A Leila Name, com sua experiência no mercado editorial, passa a liderar a área de Literatura Infanto-juvenil e Clássicos, sobretudo com foco nas vendas para governo e adoções escolares. Note que a organização não é por selo e, sim, por segmentos de clientes.

PN: A participação do grupo Ediouro na lista de mais vendidos do PublishNews caiu bastante nos últimos meses. Qual a importância da presença na lista para a Ediouro? Existe uma estratégia de retomada da participação?

AA: É claro que é bom estar na lista dos mais vendidos e estamos nela há anos. Mas é preciso lembrar dois pontos. Em primeiro lugar ela é um ciclo. Já houve o ciclo Nova Fronteira, ciclo Sextante, Record, agora é o da Intrínseca. Outro ponto importante é que a lista não representa nem metade do mercado. Só para dar dois exemplos, nem Avon nem Lojas Americanas estão entre os vendedores pesquisados. Fora as redes de livrarias evangélicas, que não são o foco das pesquisas. Nos últimos dois anos, focamos na rentabilização do nosso catálogo, vendendo mais do conteúdo que já temos em vez de disputar grandes adiantamentos. Deu certo. Estes últimos meses são ciclos normais, agora voltaremos a ter mais livros na lista.

PN: E nas vendas para o governo? Com uma área de negócios dedicada a infantojuvenil e clássicos, a idéia é crescer nas vendas na área de educação e para os programas de governo?

AA: Nós temos um catálogo cheio de pérolas, que vai desde as adaptações de clássicos como Guimarães Rosa, Mário de Andrade, João Ubaldo Ribeiro, até contemporâneos que já são clássicos, como Ana Maria Machado, Sylvia Orthof, Rui de Oliveira e Evanildo Bechara, para citar parte de nossas estrelas. Por isso, temos sido tão bem sucedidos em todos os últimos programas de governo. A expectativa para 2014 é crescer, ao menos, 30% na área de educação, ampliando nossa atuação com a parceria estratégica iniciada com o Mackenzie.

PN: E o ano de 2013? Como tem sido para a Ediouro Livros?

AA: Até setembro de 2013, nós já fizemos o mesmo faturamento do ano passado inteiro. Acreditamos num bom resultado, pois ainda falta o trimestre mais forte de vendas e a força dos nossos lançamentos de final de ano.

PN: As recentes contratações do grupo Ediouro mostram uma tendência de contratar executivos fora do meio editorial de livros, como por exemplo as duas últimas contratações comerciais oriundas das áreas de telecomunicações e filmes, e a chegada do Kaíke Nanne. Os profissionais de outras áreas trazem vantagens diferenciadas?

AA: Nós temos profissionais com muitos anos no mercado: 25 anos, 17 anos, 14 anos. E nos orgulhamos disto. Mas, acreditamos que pela nossa forma de atuar segmentada e pelos desafios das novas mídias que o mercado de livros viverá, nos faz muito bem ter estas novas visões aqui. São formas diferentes de pensar, de trabalhar. Achamos que a empresa fica melhor ao somarmos a experiência de quem trabalhou nas grandes editoras do país com a de quem trabalhou em telefonia celular, conteúdo de cinema, grandes consultorias, revistas e outros segmentos.

PN: E como anda a estratégia digital da Ediouro? Enquanto concorrentes com catálogos de peso tem tido êxito de vendas depois de digitalizar grande parte de seus títulos, a Ediouro ainda não investiu pesado na digitalização de seu extenso catálogo. Isto vai mudar em breve?

AA: O mercado digital é o livro, mas é também o “além-livro”. Assim, as parcerias que vamos anunciar, em breve, serão uma forma de levar o conteúdo dos nossos autores a outros formatos digitais e a um número cada vez maior de clientes. Em relação aos e-books, nós vamos acelerar, sim, mas observando o maior desafio dessa operação do mercado digital: uma hora é cedo demais e outra hora será tarde demais. Muitos dos maravilhosos conteúdos do nosso catálogo estarão disponíveis em breve, certamente.

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