Em visita ao MEC, no dia 24 de dezembro, a coordenadora do Projeto Agentes de Leitura na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), Almira Almeida, e o chefe da Assessoria de Ações Sociais da ECT, Asclepíades Oliveira Filho, passaram as primeiras impressões sobre o projeto-piloto desenvolvido em Brasília. Teimosa, no Recife, e no Conjunto Mangabeira, em João Pessoa.
A ação, inédita na história da alfabetização no País, está levando livros à porta das casas de quase 500 recém-alfabetizados. Os carteiros entregam os livros e retornam 15 dias depois para trocá-los e levá-los a novos leitores, formando, assim, um círculo de leitura. “Os carteiros estão muito envolvidos com o trabalho. A única reclamação é a falta de tempo para conversar com as pessoas que visitam”, explica Almira. No Recife, os próprios carteiros pediram para distribuir os livros aos sábados, para encontrar mais pessoas em casa e aumentar o tempo de permanência em cada distrito.
O projeto, convênio do Brasil Alfabetizado, preenche uma das principais lacunas do processo de alfabetização de adultos: a regressão no aprendizado por falta de exercício da leitura. As obras são baseadas na versão integral dos autores, mas tiveram o conteúdo resumido e a linguagem adaptada para oferecer aos novos leitores uma narrativa fluente e acessível.
Nova etapa – A próxima etapa do Agentes de Leitura é definir a melhor estratégia operacional. Após o fim do projeto-piloto, em fevereiro de 2004, os Correios vão preparar relatório com as conclusões e estudos comparativos para entregar ao MEC, o que deve ocorrer no início de março de 2004.
Até lá, a Comissão Técnica de Avaliação e Seleção de Obras Literárias e de Informação, composta por professores, analisará e selecionará as próximas obras a serem distribuídas, seguindo a orientação do ministro Cristovam Buarque: “Precisamos garantir que os adultos recém-alfabetizados continuem lendo. A maneira de fazer isso é criar o hábito por meio de livros que eles consigam ler e que estejam perto deles”.