Didáticos e religiosos puxam mercado editorial

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Os novos canais de distribuição de livros, como as bancas de jornais e os supermercados, e o aumento de vendas dos livros religiosos e didáticos estão ajudando a puxar o crescimento do mercado editorial brasileiro.  
 
A Editora Nova Fronteira, que fechou o ano de 2006 com prejuízo de R$ 1,7 milhão, prevê que fechará o ano de 2007 no azul. Isso porque a editora cresceu 80% em de 2005 para 2006, segundo Mauro Palermo, diretor superintendente da Nova Fronteira. 
 
“Nossos planos de crescimento certamente passam, não apenas pelo reforço das nossas ações nos canais já tradicionais de venda de livros como livrarias e Internet, mas também na ampliação das nossas operações nos chamados novos canais, tais como supermercados, vendas por catálogo, lojas de conveniência, bancas de jornal etc.”  
 
Não é à toa que a editora está investindo nesses novos canais. De acordo com levantamento feito pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), enquanto o crescimento total do mercado editorial foi de quase 19% entre 2004 e 2005, as vendas em supermercados cresceram, no período, mais de 60%. 
 
Em bancas de jornal, o aumento foi de 48,19%, enquanto nas escolas os índices subiram em quase 35%. 
Apesar de as avaliações do setor editorial serem mais lentas (os dados sobre 2006 só serão conhecidos pela CBL no final de 2007), o diretor da entidade, Armando Antongini, estima que, no ano passado, tenha havido um crescimento menor, próximo dos 5%. 
 
“É apenas uma pista que obtive de conversas com empresários, mas os maiores responsáveis por esse crescimento são os livros infantis, que há muitos anos são os que mais engrossam os índices, seguidos pelos romances, pelas publicações religiosas e por livros de auto-ajuda”, relata. 
 
Mesmo assim, o otimismo é grande no setor, já que a média de livros consumidos por habitante ao ano é de menos de dois exemplares. Isso levou editoras espanholas, como a Planeta e a Santilhana, e portuguesas, como a Almedina, a investirem no mercado brasileiro. Segundo Antongini, essas empresas contam com o público potencial, que deve crescer em algum momento. 
 
Preço acessível 
 
 
Outro fator que elevou a tiragem nos chamados novos canais é o investimento das editoras em publicações de preço acessível. 
 
O diretor superintendente da Nova Fronteira informa que “o público consumidor de livros nos novos canais, de maneira geral, tem menor poder aquisitivo que o público tradicional consumidor de livros vendidos em livrarias” e que, portanto, houve adaptação das obras a esses novos canais para poder oferecer o mesmo conteúdo dos livros tradicionais a preços reduzidos. 
 
Religiosos 
 
O segundo setor que mais cresceu no período foi o de livros religiosos. Ficou atrás apenas dos títulos didáticos, relacionados à educação básica e ao Ensino Médio, cujas vendas foram alavancadas por programas de distribuição gratuita promovidos pelo Ministério da Educação, responsáveis por tiragens de acima de 150 milhões de exemplares. 
 
O setor religioso, segundo a CBL, produziu mais de 31 milhões de cópias. 
 
Whaner Endo, diretor executivo da Associação Brasileira de Editores Cristãos (ABEC) tem dados relacionados apenas às publicações evangélicas produzidas e comercializadas no ano 2004. 
 
Ele ressalta que nem todos seus afiliados responderam à pesquisa da CBL e exibe dados de uma sondagem encomendada pela ABEC, que revela um crescimento de 22,5% do setor e um faturamento de R$ 239 milhões, também relativo a 2004. 
 
O crescimento no setor desperta o interesse de outras editoras. 
 
“Existe um movimento de editoras não religiosas tentando entrar no nosso segmento. Um exemplo foi a joint venture entre a Ediouro e a Thomas Nelson (a maior editora evangélica americana). O que indicará o sucesso desses empreendimentos será a capacidade de entendimento dessas empresas do segmento editorial evangélico brasileiro. Nossa preocupação é a entrada de empresas que só estejam enxergando o segmento como uma boa oportunidade.“ 
 

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