Desenvolvimento humano: o Brasil cresce

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País é o 65.º no IDH de 2001 e foi o que mais subiu desde a primeira versão do ranking, em 75  
 
O Brasil foi o país que mais subiu no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) desde que a Organização das Nações Unidas (ONU) o criou, em 1975. O País saltou 16 postos nesse período e aparece na 65.ª colocação no relatório que a ONU divulgará hoje. Na primeira edição do IDH, o País recebeu índice de 0,643, o equivalente hoje ao padrão de desenvolvimento da Nicarágua e pouco melhor que o de países africanos pobres, como Botsuana e Namíbia. No relatório relativo a 2001, o índice brasileiro é de 0,777, pouco inferior ao russo (0,779) e superior aos números da Venezuela (0,775) e da China (0,721). Os itens que mais contribuíram para o avanço do País foram longevidade e educação. Desde 1975, a expectativa de vida do brasileiro aumentou 8 anos – de 59,5 anos em média para 67,8. Quanto à educação, o relatório da ONU mostra que, entre 1990 e 2001, a taxa de matrícula no ensino fundamental (crianças de 7 a 14 anos) saltou de 86% para 97% e a de alfabetização de adultos (pessoas com 15 anos ou mais) subiu de 82% para 87,3%.  

Calcanhar-de-aquiles – O calcanhar-de-aquiles do Brasil na avaliação é a distribuição de renda. O aumento médio anual do rendimento per capita no País foi de 0,8% entre 1975 e 2001, porcentual inferior ao mundial (1,2%) e ao dos países em desenvolvimento (2,3%). A diretora da equipe responsável pelo relatório, Sakiko Fukuda-Parr, recomendou ao Brasil concentrar-se na eliminação de seus “bolsões de pobreza“ e das “disparidades internas“ se quiser avançar no ranking do IDH. “A questão das disparidades é o ponto que enfatizamos sobre o Brasil. Podemos dizer que o País não sofreu uma estagnação em seu desenvolvimento nos últimos anos, mas ainda existem imensos bolsões de pobreza dentro do Brasil que devem ser atacados.“ Segundo a ONU, 10% da população brasileira tem renda 70 vezes maior que os 10% mais pobres da sociedade. No Norte do País, a pobreza chegou a aumentar nos últimos anos. O relatório também faz um apanhado da situação dos países em relação às Metas de Desenvolvimento Humano assinadas pelos 189 membros da ONU em 2000. Os governos se comprometeram a atingir as metas, resumidas em oito itens, até 2015. O desempenho brasileiro indica que nas áreas de educação e redução da mortalidade, por exemplo, o País deve alcançar as metas.  

O item considerado mais preocupante pela ONU no relatório é o saneamento básico. A expansão da rede de esgotos foi menor do que deveria entre 1990 e 2001 – o porcentual de casas com rede de esgoto cresceu de 71% para 76%. O governo brasileiro prometeu elevar esse índice para 86% até 2015.  
 
Crise – Sakiko disse que o IDH sofreu queda em 21 países, entre eles a Rússia. “Isso é algo sem precedentes“, afirmou. “O mundo está vivendo uma aguda crise de desenvolvimento.“ Uma situação que afeta especialmente os países mais pobres. Em alguns locais da África, a idade média de vida é comparável a de um europeu na Idade Média. Pela primeira vez em anos, a ONU fez críticas ao modelo de estabilidade macroeconômica como estratégia para o desenvolvimento dos países. As Nações Unidas exortaram o Fundo Monetário Internacional (FMI) a pôr o combate à pobreza no centro de suas políticas.  
“Políticas macroeconômicas e ajustes estruturais não são suficientes“, disse Sakiko. “A primeira pergunta que o FMI deve fazer ao implementar uma política ou um acordo é se a pobreza será combatida.“ A ONU também rompeu um longo silêncio em relação à onda de privatização de serviços públicos iniciada nos anos 90. “Defendemos uma certa regulação das privatizações e acreditamos que intervenções públicas pesadas são necessárias para dar condições de crescimento e criar a infra-estrutura básica para que o desenvolvimento ocorra nos países pobres“, afirmou Sakiko  

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