Convenção Nacional de Livrarias estreita relações com o governo, que pede união do setor

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Com painéis trazendo desde visões internacionais até estudos para entender o mercado nacional, seu comportamento e a variação histórica do preço do livro, o primeiro dia da 32ª Convenção Nacional de Livrarias conseguiu estreitar as relações com o governo e ampliar as discussões em relação a Política Nacional de Leitura e Escrita (PNLE) e o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) para todo o público presente.

A participação de última hora de Fabiano Piúba, secretário de Formação, Livro e Leitura (MinC) e Jeferson Assumção, diretor do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas, no painel que discutiu a importância das políticas públicas e o papel das livrarias no assunto, tomou um tom objetivo ao cobrar do mercado união entre os setores e deixar claro que o governo está aberto em ouvir as demandas do segmento.

“Não podemos nos dar ao luxo de depois de todos esses eventos e convenções, não fazermos nada. As possibilidades reais existem, há abertura e diálogo, então cabe a nós da sociedade civil e o setor como um todo, escolher o que é mais importante entre os problemas”, disse Castilho após Piúba frisar que “política é debate, entendimento e compreensão mútua” e Assumção acrescentar que ter um diagnóstico preciso do mercado facilita a compreensão do governo como um todo.

Piúba reforçou ainda que é importante que a ideia da Lei Cortez chegue ao governo – e ao presidente Lula em si – com “coesão e unidade”. “Como está hoje, não tem cenário para avançar. É importante que as entidades se unam, escrevam uma carta suscinta e direta para o governo com a pauta central, com dois ou três pontos que o setor considera relevante e se vinculem à Política Nacional do Livro e Escrita e ao Plano Nacional do Livro e Leitura – isso é para agora”, pediu o secretário dizendo ainda que o documento poderia ser entregue ao presidente já nesta quinta-feira (5), quando Lula participar da abertura oficial da 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo.

Além do pedido anterior, Piúba falou da possibilidade de avaliar se a Lei Cortez pode ter um substitutivo – a exemplo da Lei Aldir Blanc, que nasceu de um projeto bem menor. Na plateia, Marcos da Veiga Pereira, ex-presidente do SNEL, propôs alterar a Lei do Livro de 2003 e lembrou que todo o trabalho de pesquisa e propostas já foi feito pelas entidades do livro que trabalham pelo andamento da Lei Cortez desde o governo de Michel Temer.

No painel anterior, Guido Cervetti, gerente comercial da Big Sur (Argentina), e Marion Loire, biblioteconomista da Embaixada da França no Brasil falaram sobre os impactos das leis do livro (Lei Lang na França) em seus países, os desafios enfrentados na implementação e os resultados para o mercado editorial ao longo dos anos.

A programação contou também com a mesa intitulada “A livraria como criadora de demanda” que surgiu do episódio #323 do Podcast do PublishNews gravado em junho com a participação de Mariana Bueno, economista da Nielsen Book, responsável pelas pesquisas do setor e Marcos da Veiga Pereira, sócio da Sextante e ex-presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).

Mariana retomou os resultados da série histórica da Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro e do Panorama do Consumo de Livros. Em 2023, o preço do livro ficou na média de R$ 46,40, “estamos falando do preço de um combo – batata, hamburguer e refrigerante”, comparou Bueno. “O valor do livro transcende esse preço”, frisou Marcos ao apresentar dados sobre a concentração dos canais de comercialização no mercado brasileiro e sua mudança nos últimos anos.

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