Conselho Nacional de Educação vai fazer audiências sobre reforma do ensino médio

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O Conselho Nacional de Educação vai realizar audiências públicas para discutir o novo modelo de ensino médio. O processo deve ser concluído até julho. Depois dessa etapa, o MEC (Ministério da Educação) começará as negociações com os Estados.  
 
MEC quer substituir disciplinas por quatro áreas temáticas no ensino médio; o que você acha da medida? 
 
Serão firmados acordos de cooperação a partir das mudanças propostas pelas secretarias de educação, com a previsão de apoio técnico e financeiro do governo federal para a implantação dos novos modelos. 
 
Segundo o coordenador-geral do ensino médio, Carlos Artexes, ainda não foi definido o montante dos recursos que o MEC irá repassar aos estados para a reforma do ensino médio. 
 
 
O que pode mudar 
 
O MEC apresentou um projeto ao CNE que pretende mudar a organização curricular do ensino médio público do país. Nesta segunda-feira (4), ocorreu a primeira discussão da proposta. 
 
Uma das ideias é que os alunos tenham no mínimo 20% de disciplinas optativas dentro do currículo. O projeto, que está sendo chamado de “ensino médio inovador“, pode começar a funcionar já em 2010, em cerca de cem escolas com as menores notas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A mudança vale só para o ensino público.  
 
Desde o ano passado, o ministério discute em grupos de trabalho a reforma do ensino médio, etapa considerada como a mais frágil de todo o sistema. Pesquisas apontam que o atual modelo é desinteressante para os jovens, o que aumenta a evasão e diminui o tempo do brasileiro nos bancos escolares. 
 
Como o ensino médio é responsabilidade das redes estaduais de ensino, a intenção do MEC é incentivar as secretarias a promoverem mudanças no currículo e na organização dessa etapa, a partir de apoio técnico e financeiro. Antes, a proposta precisa ser aprovada pelo CNE. 
 
“O MEC tem o papel indutor, mas não de definição do currículo. Os estados já estão tentando fazer isso porque o currículo do ensino médio não pode ser endurecido, o ministério agora está dando os instrumentos para essa mudança“, explicou o coordenador-geral do ensino médio. 
 
A partir das orientações que vão constar nesse projeto, cada rede de ensino vai definir o seu modelo de currículo e organização das escolas. Além da possibilidade de o aluno escolher as disciplinas complementares às básicas, está previsto que o atual modelo da grade curricular, dividido em 12 disciplinas tradicionais, seja dividido em eixos mais amplos como linguagens e ciências humanas. Outra mudança é o aumento da carga horária de 2,4 mil para 3 mil horas/ano e a inclusão de atividades práticas para complementar o aprendizado. 
 
 
O que diz o CNE 
 
“A escola deixa de ser um auditório da informação e passa a ser um laboratório de aprendizagem“, compara o conselheiro Francisco Aparecido Cordão, relator do projeto no CNE. Para ele, o atual modelo curricular aprisiona as escolas. O projeto do MEC sugere ainda que programas de incentivo à leitura estejam previstos na nova organização pedagógica. Outra orientação é valorizar as atividades artísticas e culturais dentro do currículo. 
 
A presidente do CNE, Clélia Brandão, afirma que é preciso mudar o atual modelo da escola para que ela atenda à essa geração. “De acordo com a Constituição, o ensino médio tem que ser universalizado, mas os jovens ou não vão para escola ou a abandonam porque ela não é interessante para eles. O formato do ensino médio precisa atender a esse perfil do aluno“, defendeu. 
 

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