Com venda de livros em alta no País, Bienal espera público recorde

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Com investimento de R$ 18 milhões, dos quais R$ 2 milhões em campanha publicitária, a 19ª Bienal do Livro de São Paulo abre as portas no dia 9 e vai até o dia 19, no Parque de Exposições do Anhembi, em São Paulo. O objetivo do evento é estimular as vendas do mercado editorial, que já vêm crescendo.  
 
No ano passado, as vendas de livros no País alcançaram cerca de R$ 2,7 bilhões – o número foi de R$ 2,5 bilhões em 2004. É um setor em expansão, apesar dos avanços das novas tecnologias. Em 2004, foram vendidos 288,6 milhões de livros no Brasil, 12,5% acima do número registrado em 2003, apesar da queda no número de novos títulos nesse período, de 2%, com 34.858 títulos editados. O que se explica, segundo o vice-presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Marino Lobello, pelo fato de o preço de capa de livros que lideraram a lista dos mais vendidos serem mais altos que a média.  
 
O importante, para Lobello, no entanto, é que as editoras estão conseguindo atrair novos leitores. Hoje, o índice de leitura do brasileiro é de 1,5 livro per capita por ano, muito baixo quando comparado à média mundial de 10 livros – e que chega a 20 livros por habitante por ano em países como a França. Portanto, há um espaço de crescimento para esse mercado e o mais importante, para empresários do setor, é que o casamento entre literatura e cinema, como no caso do bruxinho Harry Potter, acaba por estimular o interesse pela leitura.  
 
E que ninguém duvide, diz Lobello, da força do livro. A expectativa é que o número recorde de 800 mil pessoas percorram durante a feira os 57 mil m2 da área de exposição, que reunirá 320 expositores e 900 selos editoriais. Serão lançados 3 mil títulos e expostos mais de 1,5 milhão de livros. Com 310 horas de atividades culturais e 425 sessões de autógrafos, a Bienal espera provar que o livro ocupa um lugar de destaque na cultura e na vida nacional.  
 
A Bienal também vai exibir, com muito mais força, patrocinadores. É o caso da Petrobrás, que está investindo R$ 600 mil no evento. Também patrocinam o evento a Siciliano.com; Votorantim Celulose e Papel e a IBEP Gráfica, com cotas que partem de R$ 80 mil.  
 
O fundador e presidente da Editora Campus, Cláudio Rothmuller, reforça e garante que o livro nunca perderá seu lugar na sociedade moderna. Pelo contrário. “Algumas obras estão conquistando novos leitores pela curiosidade que despertam, como é o caso de O Código Da Vinci e da série relatando a saga do mago Harry Potter, que deflagraram uma onda de curiosidade sobre ordens religiosas e misticismo“, diz. E a Editora Campus, hoje em poder do grupo holandês Elsevier, não perdeu tempo. Lança na Bienal o livro Opus Dei – os mitos e as verdades da mais misteriosa organização da Igreja Católica, do repórter John Allen Jr., um especialista no Vaticano, que entrevistou líderes da organização.  
 
Outro lançamento no qual a Campus aposta é a série Cartas a um jovem, escrita por profissionais de diferentes áreas de atuação. Na Bienal e se valendo das eleições de outubro, a Campus lança Cartas a um jovem político: para construir um país melhor, livro escrito pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.  
 
AQUISIÇÕES  
 
A própria Campus, fundada em 1976, é um exemplo do movimento que vem ocorrendo nas editoras brasileiras. Em 2002, com a aquisição das editoras Negócio e Alegro, formou o Grupo Editorial Campus, empresa que hoje pertence à Elsevier, que as transformou em selos do grupo. “Esse movimento garante novos lançamentos e uma renovação dos catálogos“, diz Rothmuller, que de controlador passou a executivo do negócio.  
 
Em julho, dois grandes negócios no mercado editorial foram anunciados: a venda de 75% da Editora Objetiva para o grupo espanhol Prisa-Santillana e a compra de metade da Nova Fronteira pela Ediouro. Um movimento que, segundo analistas do mercado, não vai parar. A editora americana Thomas Nelson, líder em publicações evangélicas nos Estados Unidos, já avisou que desembarcará no Brasil para verificar, na Bienal, novas possibilidades de negócios.  
 
Fabricantes de papel, como a VCP, do Grupo Votorantim, também fazem previsões otimistas. A empresa estima um crescimento em torno de 100% nas vendas de papel para o segmento de livros didáticos em 2006. A expectativa é que o mercado comercialize mais de 60 mil toneladas de papel neste segmento, o que corresponde à produção de mais de 130 milhões de livros.  
 
“O incremento nas vendas de livros deverá ocorrer por conta das aquisições que o governo federal irá realizar para os seus três programas nacionais de livros didáticos“, conta Sérgio Vaz, diretor de Negócios de Papel da VCP. O que também estimula novas editoras a lançar livros, de didáticos a românticos e esotéricos. 
 
 
 
Americanas.com venderá livros na Bienal  
PublishNews 
 
A Americanas.com, maior site de comércio eletrônico da América Latina, terá pela primeira vez na 19ª Bienal do Livro de São Paulo 2006, um espaço destinado à venda física de livros. A Americanas.com conta com uma livraria virtual com mais de 60 mil títulos dos mais diversos gêneros literários.  
 
A participação da Americanas.com na Bienal faz parte da sua estratégia de viabilizar o consumo de livros a todos os segmentos da sociedade. Na Bienal, o estande da Americanas.com terá área de 440 m², que contará com espaço de recreação infantil, lançamentos, venda de best-sellers, livros mais procurados, encontros com autores e oito pontos de acesso para quem quiser comprar pela internet através do site da Americanas.com. Dez caixas estarão disponíveis para pagamento em dinheiro e cartões de crédito e débito.  
 
 
 
Estreantes dão os primeiros passos na Bienal  
Valor Econômico – Tainã Bispo  
 
Algumas pequenas editoras estão contando os dias para quinta-feira, quando começa a 19ª Bienal Internacional de São Paulo. Durante dez dias, elas irão disputar a atenção dos visitantes da feira com grandes lançamentos e empresas tradicionais do mercado editorial.  
 
A Giz Editorial fará o seu lançamento oficial durante a Bienal. A empresa foi criada em maio de 2005, mas os sócios Ednei Procópio e Simone Mateus apostam numa maior projeção a partir da Bienal. Outra editora que está apostando em um novo modelo de negócios é a Integrare Editora, criada em agosto do ano passado por Içami Tiba, médico psiquiatra especializado em crianças e adolescentes, e Maurício Machado, egresso no mercado financeiro. O selo, que teve investimento inicial de R$ 800 mil – e um orçamento estimado em R$ 2 milhões para este ano -, será especializado nas áreas de educação, psicologia e crescimento pessoal e lançará 20 obras este ano.  
 
Existem, no Brasil, cerca de 420 editoras consideradas pequenas – que faturam até R$ 1 milhão por ano -, ou 82,5% do número total de editoras do mercado, de acordo com o último estudo publicado pela Câmara Brasileira de Livros (CBL), de 2003. Essas empresas têm um papel importante já que absorvem boa parte dos novos escritores e especializam-se em nichos diferenciados, conquistando um espaço que as grandes companhias muitas vezes não alcançam.  
 
As editoras iniciantes não costumam investir na Bienal, onde o metro quadrado mais barato custa R$ 615 por dia e uma empresa gasta, no mínimo, R$ 10 mil na feira. Criada em agosto do ano passado, a Altamira Editorial, optou por não participar. “Preferimos focar nossos esforços na editora“, diz o editor Paul Gonzáles.  
 
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