Censo 2022: população que sabe ler e escrever cresce no Brasil e país registra 93% de alfabetizados

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O Censo 2022 mostrou que a taxa de alfabetização entre os brasileiros é de 93%. Isso significa dizer que entre as 163 milhões de pessoas de 15 anos ou mais de idade, 151,5 milhões sabem ler e escrever um bilhete simples e 11,4 milhões não sabem. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os últimos dados apontaram que o analfabetismo caiu 2,6 pontos percentuais em relação ao Censo de 2010. Naquela época eram 9,6% da população sem saber ler e escrever, enquanto agora o percentual é 7%. Em 1940, dados do IBGE apontavam um Brasil ainda mais sem instrução: menos da metade da população (44%) era alfabetizada.

Segundo o IBGE, a queda na taxa de analfabetismo em todas as faixas etárias reflete, principalmente, a expansão educacional e a transição demográfica no país.

O IBGE considera alfabetizadas as pessoas que sabem ler e escrever pelo menos um bilhete simples ou uma lista de compras, no idioma que conhece, independentemente de estar ou não frequentando escola ou de ter concluído períodos letivos. Também é levado em consideração indivíduos que utilizam o Sistema Braille e que tinham habilidade para a leitura ou escrita, mas se tornaram fisicamente ou mentalmente incapacitados.

Idosos têm maior taxa de analfabetismo
Apesar de o país ter tido uma queda na taxa de analfabetismo em todas as faixas etárias, pessoas com 65 anos ou mais ainda são as que menos sabem ler e escrever. Segundo o IBGE, pior índice entre os mais velhos é um reflexo da dívida educacional brasileira.

A população mais alfabetizada no Brasil tem entre 15 e 19 anos de idade: apenas 1,5% deles não sabem ler e escrever. Em comparação ao Censo 2000, a taxa de analfabetismo nessa faixa etária caiu 3,5 pontos percentuais.

Apesar de ainda ser a mais alta, a taxa de analfabetismo entre a população com 65 anos ou mais caiu cerca de 38%, em 2000, para 20,3%, em 2022. O atual índice representa uma diferença de 8 pontos percentuais em relação aos brasileiros com idades entre 60 e 64 anos — segundo maior grupo entre os analfabetos.

 

O último Censo mostra que, no país, atualmente 20,3% das pessoas desta faixa etária não sabem ler e escrever. O índice representa uma diferença de 8 pontos percentuais em relação aos brasileiros com idades entre 60 e 64 anos — segundo maior grupo entre os analfabetos.

De acordo com a especialista em educação Claudia Costin, ex-diretora global de educação do Banco Mundial, os dados representam uma tendência de evolução da escolaridade no país, mas a passos lentos. Ela avalia que o fato de o maior índice de analfabetismo estar entre pessoas mais velhas é resultado de uma política de universalização da educação primária tardia no Brasil.

— Estamos pagando um preço alto por conta da demora em universalizar o acesso à educação primária. Em 1930, apenas 21% dos brasileiros estavam alfabetizados, enquanto na Argentina esse número já era de 63%. Ao final dos anos 1960, quando o acesso já era mais democratizado ao redor do mundo, no Brasil tínhamos uma taxa de 40% das pessoas sabendo ler e escrever — explica a especialista.

Costin pontua ainda que os governos municipais, estaduais e federal precisam investir em políticas voltadas à Educação de Jovens e Adultos.

— É erradíssimo apenas encarar esses dados como parte de uma transição demográfica, visto que a educação é um direito fundamental e essencial de interação social. Os governos podem pensar políticas voltadas ao EJA junto a cursos técnicos, a fim de criar estímulo para que esses adultos não desistam da educação — afirma.

 

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