Avaliação aponta qualidade baixa do ensino fundamental

Uma avaliação inédita do ensino fundamental brasileiro apontou uma ligeira melhora no nível dos estudantes de 4ª série em língua portuguesa e matemática. Mesmo assim, os números divulgados ontem pelo MEC (Ministério da Educação) comprovam que o país está longe de atingir padrões de qualidade. A pontuação alcançada pelas escolas que participaram da avaliação, denominada Prova Brasil, não foi considerada “adequada“ em nenhum dos itens avaliados, conforme escalas já usadas pelo MEC.     Os testes foram feitos com 3.306.317 estudantes de 4ª e 8ª séries. O levantamento constatou, por exemplo, que, em média, os alunos de 4ª série se atrapalham ao interpretar textos longos ou com informação científica e não conseguem ler horas em relógios de ponteiros. Também não conseguem fazer operações de multiplicação com números de dois algarismos. No caso da 8ª série, não entendem a intenção do autor em histórias em quadrinhos nem identificam a tese de textos argumentativos com linguagem informal. Também não conseguem resolver problemas matemáticos em que é preciso fazer cálculo de conversão de medidas, como de tempo, de comprimento ou de capacidade.     Cinqüenta pontos separam o desempenho dos alunos de 4ª e 8ª série. É como se, hoje, os alunos de

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Educadores debatem o currículo do ensino infantil e fundamental

Educadores de todo o país estão reunidos nesta quinta-feira, 29, em Brasília, para discutir a concepção do currículo no ensino infantil e fundamental. De acordo com o secretário de Educação Básica do MEC, Francisco das Chagas, a idéia é atualizar o debate sobre a importância do currículo, principalmente após a ampliação do ensino fundamental para nove anos. “O currículo deve estar adequado à nova legislação para atender às necessidades das crianças que agora ingressam no ensino fundamental um ano mais cedo”, disse.    A proposta do MEC é suscitar um processo de debate sobre o tema em todas as escolas do país. “Esta reunião vai elaborar um documento que será distribuído aos sistemas de ensino de todo o país para discussão e recebimento de propostas, que depois serão acordadas em encontros regionais”, explicou Jeanete Beauchamp, diretora de políticas de educação infantil e fundamental do MEC. A previsão, segundo ela, é concluir todo o debate até o final do ano.     Estrutura – Para facilitar as discussões, o documento será estruturado em seis eixos temáticos: currículo e desenvolvimento humano; educandos e o currículo; organização dos tempos e espaços escolares; currículo, conhecimento e cultura; diversidade e inclusão social; e currículo e

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Educação passará por ´momento delicado´, se Fundeb não for aprovado, diz ministro

O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou no dia 28 de junho que, se o Congresso Nacional entrar em recesso sem aprovar a proposta de emenda constitucional (PEC) que cria o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), a educação passará por um “momento delicado“. “Se não for aprovado (o Fundeb), evidentemente, é uma situação limite gravíssima, e esse cenário não é nem cogitado, porque seria tão desastroso que não pode estar no nosso horizonte de possibilidade“, disse Haddad, ao participar de reunião com representantes do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).     A PEC que cria o Fundeb está parada no Senado Federal. A proposta deverá ser aprovada em duas sessões ordinárias e retornar à Câmara para que a Casa valide as alterações feitas no Senado. Depois de sancionado, o Fundeb deverá ainda ser regulamentado por um projeto de lei que também tem de passar pelas duas casas. “O que nós estamos tentando é aprová-lo rapidamente, uma vez que está há mais de um ano no Congresso Nacional, para podermos regulamentá-lo adequadamente, não açodadamente“, disse Haddad.  

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Ministério firma convênio com SBPC

O MEC assinou na terça-feira, 27, um convênio com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) para criar ações de formação nas cinco regiões do país. O objetivo é promover a atualização de professores, tanto nos conteúdos quanto nas metodologias, envolvendo todas as áreas que compõem o currículo do ensino médio.    Segundo o titular da Secretaria de Educação Básica (SEB), Francisco das Chagas, a SBPC é a parceira ideal porque é detentora de uma grande experiência na promoção e atualização científica e formação de professores. A diretora de Ensino Médio do MEC, Lucia Lodi, acha que a importância da ação é envolver os professores que atuam nos cursos de licenciatura. “É importante buscar essa articulação dos sistemas de ensino com as instituições de ensino superior”, diz.    Com o orçamento aproximado de R$ 560 mil, serão realizados encontros nas cidades de Florianópolis (SC), em julho; Palmas (TO), em agosto; Rio Branco (AC), em setembro; Sobral (CE), em outubro; e Boa Vista (RR), em novembro.    “As mobilizações servirão para que as comunidades científicas locais debatam mudanças de diretrizes educacionais com professores do ensino médio. Temos que discutir qual educação precisamos”, afirma Ennio Condotti, presidente da SBPC. A

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Qualidade de ensino continua ruim na América Latina

A América Latina aumentou suficientemente o número de crianças e jovens nas escolas nos últimos anos, mas a qualidade do ensino continua ruim. Esse é o resultado do relatório 2006 do Programa de Promoção da Reforma Educativa na América Latina e Caribe (Preal), Quantidade sem Qualidade. O documento foi divulgado em Salvador, na conferência Ações de Responsabilidade Social em Educação, promovida pela Fundação Lemann.     Os dados mostram que a região se sai mal na comparação de desempenho em avaliações até com países da Europa Oriental, que têm renda semelhante. O sistema educacional latino faz surgir também os piores entre os piores: estudantes de baixa renda. As diferenças entre notas em exames internacionais de alunos ricos e pobres chega a 91 pontos na Argentina e 67 no Brasil. A média dos países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 34.     No Japão, são 6 pontos de diferença. “Sem eqüidade não é possível haver qualidade“, diz o educador e coordenador da Fundação Ford, Jorge Balán. Para ele, os países só vão se desenvolver se escolas ruins também melhorarem. “É preciso investir na formação de professores e em avaliação permanente“, completa o secretário geral da

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Boletim do PNLL

Prêmio Vivaleitura: 2.510 projetos cadastrados    Restando ainda incluir parte dos projetos que chegaram via correio, o Prêmio Vivaleitura totalizou 2.510 trabalhos inscritos. Na Categoria 1 (Bibliotecas públicas, privadas e comunitárias), foram 131 inscrições; na Categoria 2 (Escolas públicas e privadas), 1.050; e na Categoria 3 (Pessoas físicas, universidades e instituições da sociedade que desenvolvam trabalhos na área de leitura), 1.329. O Prêmio é uma iniciativa inédita do Ministério da Educação (MEC), do Ministério da Cultura (MinC) e da Organização dos Estados Ibero-americanos para Educação, a Ciência e a Cultura (OEI). A realização e o patrocínio são da Fundação Santillana, com o apoio do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). O Prêmio Viva Leitura faz parte do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL).    Feria Internacional del Libro Universitário na Venezuela    A nona edição da Feria Internacional del Libro Universitario (Filu) da Venezuela este ano celebrou o centenário de nascimento de Arturo Uslar Pietro e os 30 anos do Conselho de publicações da ULA (Universidad de Los Andes). O evento teve início no dia 18 e terminou neste domingo, 25 de junho. Além de editoras brasileiras, também marcaram

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Empresários se unem para propor ações para melhoria da educação

Insatisfeita com a gestão pública da educação, parte do empresariado brasileiro decidiu colocar a mão na massa e criar ações para elevar o nível do ensino do país. Mais do que investir na qualidade e capacitação da mão-de-obra de suas próprias fábricas, o empresariado diz que aplicar em educação ajuda a acelerar o crescimento econômico e social do país. “Se dependermos apenas do governo, não chegaremos lá. Estou aflito com o pouco crescimento do país“, disse Jorge Paulo Lemann, presidente da Fundação Lemann.     Entre os pontos considerados críticos por Lemann está o baixo crescimento econômico do país, inferior à taxa média da América Latina e do mundo. “Se continuarmos assim, vamos perder a corrida da eficiência e da competência no mundo globalizado. Se não atacarmos o problema, nosso crescimento será inadequado.“    Para romper com esse ciclo de baixo crescimento econômico, Lemann defende investimentos na educação, que, segundo ele, é a melhor ferramenta para acabar com a desigualdade do país. “Nosso nível de empreendedorismo [na área de responsabilidade social em educação] ainda é restrito a poucos“. O presidente da Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, disse que o “retorno social e econômico do investimento em educação é incomensurável“. Como exemplo,

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Professores da EJA receberão 240 mil kits de livros

Iniciativa inédita do Ministério da Educação (MEC) pretende auxiliar professores da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Serão distribuídos 240 mil kits (com cinco livros cada) neste ano para as escolas que promovem a EJA no nível fundamental. O objetivo é melhorar a formação docente.    “É uma ação importantíssima que vai subsidiar os professores em sala de aula com assuntos que estão presentes no dia-a-dia”, afirma Cláudia Veloso Guimarães, coordenadora-geral da Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC).    O pacote de livros é composto por cinco cadernos temáticos: Alunas e Alunos de EJA, que mostra o perfil dos estudantes; Sala de Aula como Grupo de Vivência e Aprendizagem, que ensina estratégias para fortalecer vínculos entre educandos e educador; Observação e Registro e Avaliação e Planejamento, dois livros que servem de instrumento para a prática pedagógica; e O Processo de Aprendizagem dos Alunos e Professores, que ensina como aplicar a teoria do conhecimento na prática.    A meta do ministério é atender aos 112 mil professores da EJA que atuam de 1ª a 8ª série, em modo presencial ou semipresencial, e de forma indireta beneficiar também aos 3,3 milhões de alunos matriculados

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O Jegue-livro

Era uma vez numa terra distante um jegue. Um jegue comum, como estes tantos que existem Brasil afora. Um jegue que durante a semana é ainda, nestes tempos tão modernos, um instrumento de trabalho de pequenos lavradores. Um jegue que trabalha de sol a sol, no calor do sertão maranhense, para auxiliar o seu Narciso na roça. Mas este bicho tem uma missão um pouco diferente daquela destinada aos outros de sua espécie. Uma vez por mês, ele se transforma numa estrela, seguido pelas ruas como um astro de futebol em tempos de Copa do Mundo.     Neste dia, ele se enfeita, veste cestos carregados de livros e incorpora seu personagem herói: o Jegue-livro. Devidamente paramentado, o simpático jumento está pronto para sair pelas ruas da pequena comunidade de Auzilândia, no interior do Maranhão, atraindo uma pequena multidão de crianças e adultos que sabem: é hora de ler. O jegue, na verdade são alguns jegues – seguem seu caminho, chamando a atenção da comunidade, puxados por adolescentes da região que fazem parte do projeto Jovens Leitores. Tudo começou há um ano e dois meses, quando ele se envolveu com o projeto Jovens Leitores.     A Fundação Vale do

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