Estudo mostra disparidade digital
O Brasil é um país profundamente marcado pela desigualdade no acesso às tecnologias e recursos digitais. É o que revela a Rede de Informação Tecnológica Digital (Ripla), em relatório divulgado ontem. Entre as principais conclusões do estudo, duas são particularmente estarrecedoras: as parcelas dos 10% mais ricos da população brasileira têm acesso à internet dez vezes mais do que os 40% mais pobres. Além disso, apenas 0,8% da população mais pobre acessa a rede mundial em casa, contra 56,3% da população com renda mais elevada, o que significa uma gritante diferença de 7.600%. O Distrito Federal, no entanto, é a unidade da federação que apresenta o menor Índice de Desigualdade Digital (IDD), ou seja, onde as diferenças entre ricos e pobres são menos acentuadas. Para Júlio Jacobo Waiselfisz, sociólogo que comandou a pesquisa, o levantamento é fundamental para chamar a atenção de governo e sociedade para o novo tipo de segregação e exclusão social que o mundo moderno criou. “Todos falam dos incluídos, de como no Brasil tantos milhões têm acesso à internet, celular etc. Mas ninguém fala dos excluídos, o outro lado da moeda. A intenção é essa, dar visibilidade ao problema“, explica o sociólogo