Novo desafio da educação

A expansão do ensino fundamental no Brasil nas três últimas décadas promoveu uma democratização do acesso à educação. Em conseqüência da universalização, a exclusão e a desigualdade geradas pelo ensino mudaram de natureza e de lugar. Hoje, o fator de exclusão é a qualidade do que se aprende.     O diagnóstico é do professor Romualdo Portela de Oliveira, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) em pesquisa de livre-docência. Uma versão da tese foi publicada na revista Educação e Sociedade, em outubro.     “Se não percebermos que a desigualdade gerada pela educação atualmente é outra, não estaremos preparados para enfrentá-la adequadamente. Paradoxalmente, mais educação gera demanda por mais educação”, afirmou Portela à Agência FAPESP.     Com base em uma análise histórica, o pesquisador explica que o objetivo do estudo foi demonstrar que “o movimento de expansão do ensino fundamental e médio supera o histórico processo de exclusão, gerando novas contradições”.     “A superação da exclusão por falta de escola e por múltiplas reprovações dá visibilidade à exclusão gerada pela ausência de aprendizado ou pelo aprendizado insuficiente, remetendo à discussão acerca da qualidade do ensino”, enfatizou.     De acordo com Portela, apesar do

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Governo amplia ações do PDE e dá destaque para a formação de professores

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Educação, Fernando Haddad, lançaram nesta quarta-feira, dia 12, no Palácio do Planalto, ações complementares ao Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que apresentou, em abril deste ano, mais de 40 medidas para elevar a qualidade do ensino. As novas ações terão, em 2008, recursos de cerca de 1,5 bilhão.    Serão R$ 600 milhões para transporte e merenda escolar, R$ 140 milhões para assistência estudantil, R$ 200 milhões para que estados e municípios apresentem projetos de estruturação do ensino médio integrado à educação profissional, R$ 70 milhões para bolsas de iniciação à docência, R$ 80 milhões destinados a programas de pós-doutorados, R$ 400 milhões para equipar escolas públicas com computadores e internet e R$ 70 milhões para implementar cursos a distância na educação técnica de nível médio.    Entre as ações do PDE, o ministro deu ênfase a três ligadas à formação de professores – a criação de uma bolsa de iniciação à docência, a expansão de vagas de licenciatura nas universidades públicas e os cursos da Universidade Aberta do Brasil (UAB), que qualificam, a distância, professores da educação básica. “Queremos que as escolas públicas contem mais

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Presidente do FNDE fala de programas ’à prova de corrupção’

O Presidente do Fundo de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Daniel Balaban, apontou para os protagonistas do mercado editorial algumas das mazelas da educação brasileira e apresentou ao público um leque de planos do governo para reverter os baixos índices do país nos rankings mundiais que avaliam a educação. Ele esteve ontem à tarde no Instituto Goethe, em palestra intitulada “Programa de Desenvolvimento da Educação – Novos Rumos da Educação no Brasil”.    A mudança nas diretrizes de funcionamento do Ministério da Educação foi protagonista de parte da apresentação do presidente. Segundo ele, as pesquisas do Ministério a respeito da situação das escolas nos municípios serão as linhas guias para a prestação de auxílio por parte do governo – para evitar que os repasses sejam feitos todos os anos para as mesmas prefeituras, como vem acontecendo. Ademais, o próprio Ministério passará a ir até os municípios que receberão os repasses, para garantir que estes ganhem atenção do governo federal e para evitar possíveis manobras de corrupção.    Balaban atribuiu a celeuma criada pelo recente episódio de acusação do FNDE de favorecimento à editora Moderna dentro do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) à desinformação dos acusadores em relação ao funcionamento do

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”O que a escola pública é capaz de fazer deveria surpreender’’

Os resultados insuficientes no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), que colocaram mais uma vez o Brasil entre os piores do mundo em leitura, matemática e ciência, não abalaram o ministro da Educação, Fernando Haddad. “O que a escola pública é capaz de fazer com um investimento de R$ 170 por aluno, por mês, deveria surpreender tanto quanto os resultados“, disse ele, em entrevista exclusiva ao Estado, dias depois da divulgação do exame.     Haddad se referia ao gasto anual por aluno no ensino fundamental do Brasil (US$ 1.159), um dos menores entre os países avaliados pelo Pisa. A quantia equivale a pelo menos um quarto da mensalidade média da escola particular brasileira.     O ministro acredita que mudanças virão com o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado por ele no início do ano, com metas de qualidade para todas as escolas. Na quarta-feira, o MEC anunciará mais R$ 500 milhões, como parte do PDE, para o ensino médio. Mas Haddad conta que está “apreensivo“ com a eventual não-prorrogação da CPMF. Evitou dizer que o PDE poderia ficar comprometido, mas afirmou que o assunto é “grave demais“.     Leia a seguir os principais trechos da

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Só 30% têm mais de 4 horas de aula de ciência, leitura e matemática

A maioria dos estudantes dos países que fazem parte da elite da educação mundial tem mais de quatro horas semanais de aulas de ciência, leitura e matemática. No Brasil, a quantidade de alunos com carga horária semelhante não passa dos 30%. Cruzamento feito pelo Estado a partir das notas e do perfil das escolas na avaliação internacional Pisa mostra que o Brasil fica atrás em vários indicadores que influenciam na aprendizagem.    A lista foi elaborada com base nos rankings de leitura, matemática e ciência de 2006, divulgados na semana passada, e inclui Finlândia, Hong Kong, Coréia, Canadá, Taiwan, Bélgica, Nova Zelândia, Austrália, Holanda e Suíça. Os brasileiros obtiveram cerca de 150 pontos a menos que os estudantes dessas nações. O Pisa foi realizado por 400 mil alunos de 15 anos em 57 países. Ao mesmo tempo, diretores responderam questionários sobre as escolas.    “Há muito que o Brasil precisa enxergar a partir da experiência dos países bem-sucedidos na educação, que alcançaram há muito tempo nível de formação alto e não têm as desigualdades que temos aqui. Muitas das crianças que estão agora na escola são a primeira geração escolarizada de suas famílias”, afirma Maria Auxiliadora Seabra Rezende, presidente do

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Educadores denunciam imposição de apostilas

Professores da rede pública de ensino de vários municípios de São Paulo denunciaram na Câmara que estão sendo obrigados a trabalhar com apostilas adquiridas sem a consulta do conselho escolar ou a opinião dos educadores. Eles também reclamaram do processo de elaboração de suas aulas e de toda prática docente.     Durante audiência pública promovida pela Comissão de Educação e Cultura, professores de Taubaté (SP) denunciaram ainda o desperdício de livros didáticos enviados pelo Ministério da Educação, que são depositados em escolas vazias no município. Também criticaram o investimento de cerca de R$ 34 milhões, pela prefeitura da cidade, para a aquisição de apostilas que apresentam conteúdos não inseridos na grade curricular das escolas municipais como inglês para o ensino fundamental e filosofia.    Desqualificação do material  A audiência foi convocada para discutir a contratação, com verbas públicas, de empresas privadas que oferecem cursos de formação aos professores, apostilas e acompanhamento pedagógico. Para o deputado Ivan Valente (Psol-SP), que solicitou o debate, a compra das apostilas de empresas especializadas em cursinhos, principalmente sem a consulta dos professores, caracteriza transferência de recursos públicos para empresas privadas e desqualificação do material didático. “Nos recebemos denúncias muito graves de que prefeituras dispensam

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COMUNICADO DA ABRELIVROS

  COMUNICADO  A Associação Brasileira de Editores de Livros (Abrelivros) tomou conhecimento pela imprensa do resultado da auditoria no sistema de escolha de livros didáticos em 189 escolas públicas de ensino fundamental e médio, anunciado nesta quinta-feira, dia 6 de dezembro, pelo Ministério da Educação. No último dia 20 de novembro, a Abrelivros levou ao conhecimento do ministro da Educação, Fernando Haddad, um conjunto de informações que evidenciava a possibilidade de desrespeito à escolha dos professores.    Com relação a este resultado, a Abrelivros tem a afirmar que:  1) Quando tomou conhecimento dos documentos apresentados pela Abrelivros, no último dia 20 de novembro, o ministro da Educação, Fernando Haddad, assumiu o compromisso de permitir à entidade o acompanhamento da investigação em conjunto com a Controladoria-Geral da União, o que – na prática – por decisão do próprio MEC, não aconteceu.     2) A Abrelivros entende que o resultado da auditoria não é conclusivo, já que não responde a uma questão fundamental: por que então existem divergências entre o que as escolas declararam que escolheram e as informações que constam no sistema do FNDE?    3) Como os casos apresentados representam apenas uma amostra dos problemas encontrados pela entidade, a

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DF possui maior índice de livrarias por habitante

O dado acima faz parte do Diagnóstico do Setor Livreiro, divulgado ontem (06/12) pela Associação Nacional de Livrarias (ANL) em um jantar realizado em São Paulo. A lista, encabeçada pelo Distrito Federal (com 30.840 livrarias por habitante), é seguida pelo Rio de Janeiro (44.415) e Sergipe (50.665). Mesmo que o estado de São Paulo possua o maior número de livrarias no Brasil – 676, segundo o Diagnóstico – a grande concentração de população puxa a posição do estado para sétimo lugar entre os 27 estados. Em último lugar está o Tocantins, com uma livraria para cada 181.131 habitantes. A região Sudeste, no entanto, continua no topo da lista de livrarias, com 1.414, seguida da região Nordeste, com 524. A pesquisa foi realizada com oito grandes cadeias de livrarias que existem no Brasil. Confira o resumo do Diagnóstico do Setor Livreiro.         ’Estamos muito longe do ideal’ PublishNews – Renata Sturm     A declaração do presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL), Vitor Tavares, é baseado nos dados divulgados ontem no Diagnóstico do Setor Livreiro e nas recomendações da ONU. Para a entidade internacional, o ideal é que exista 1 livraria para cada 10 mil habitantes.  

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MEC nega fraude e atribui ‘erro’ a escolas

Após auditoria própria, no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Ministério da Educação (MEC) disse, nesta quinta, por meio do auditor Gil Pinto Loja Neto, que “não houve fraude” no Programa do Livro, que este ano investiu R$ 968 milhões em títulos para escolas públicas no ano letivo de 2008. O órgão respondeu a 189 casos enviados pela Associação Brasileira de Editores de Livros (Abrelivros), após denúncia feita por A TARDE, no dia 18 do mês passado. A auditor disse ter identificado “erro” em 97 casos de escolhas das obras, via web, e atribuiu a culpa às escolas.     Também responsáveis, segundo a coordenadora do Programa do Livro, Sônia Schwartz, que chegou a chamar as denúncias de “caso de polícia”, seriam os professores: “Quem coloca o nome no formulário se torna responsável legalmente por desvios morais”.     A Abrelivros, por intermédio do presidente João Arinos, queixou-se por ter sido excluída da investigação, como havia sido combinado com o MEC, em 20 de novembro, quando foram abertas as sindicâncias. Arinos disse que vai submeter o relatório à análise da associação, antes de decidir se procura o Ministério Público.     A TARDE já levantou mais de 400

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