Novo desafio da educação
A expansão do ensino fundamental no Brasil nas três últimas décadas promoveu uma democratização do acesso à educação. Em conseqüência da universalização, a exclusão e a desigualdade geradas pelo ensino mudaram de natureza e de lugar. Hoje, o fator de exclusão é a qualidade do que se aprende. O diagnóstico é do professor Romualdo Portela de Oliveira, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) em pesquisa de livre-docência. Uma versão da tese foi publicada na revista Educação e Sociedade, em outubro. “Se não percebermos que a desigualdade gerada pela educação atualmente é outra, não estaremos preparados para enfrentá-la adequadamente. Paradoxalmente, mais educação gera demanda por mais educação”, afirmou Portela à Agência FAPESP. Com base em uma análise histórica, o pesquisador explica que o objetivo do estudo foi demonstrar que “o movimento de expansão do ensino fundamental e médio supera o histórico processo de exclusão, gerando novas contradições”. “A superação da exclusão por falta de escola e por múltiplas reprovações dá visibilidade à exclusão gerada pela ausência de aprendizado ou pelo aprendizado insuficiente, remetendo à discussão acerca da qualidade do ensino”, enfatizou. De acordo com Portela, apesar do