Com dificuldades históricas e estruturais, Brasil vive impasses na construção de uma nação de leitores
Há 15 anos, a rotina de Bel Santos Mayer – educadora e mediadora de leitura, filha de um metalúrgico e uma empregada doméstica – inclui idas quase diárias a Parelheiros, bairro da zona sul de São Paulo a 35 km do centro da cidade. Ali, à frente do Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário (Ibeac), ela trabalhou para criar bibliotecas comunitárias – incluindo a famosa Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura, que se tornou referência local e nacional em gestão e mediação de leitura – e tocou projetos como o grupo Literatura e Direitos Humanos: Para Ler, Ver e Contar, que promove, desde fevereiro de 2019, encontros com jovens para discutir dezenas de livros.