Cai o número de municípios que possuem livraria no país

Pesquisa do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada ontem mostra que, entre 1999 e 2006, o número de municípios que possuem livrarias no país caiu 15,5%. Em 2006, elas estavam presentes em apenas 30% dos 5.564 municípios. Já em 1999, o percentual era de 35,5%. 
 
Segundo o IBGE, o resultado reflete a diversificação dos pontos de venda de livros, que agora incluem supermercados, bancas de jornais e farmácias. 
 
Já os provedores de internet estão em quase metade dos municípios brasileiros. O IBGE mostra que, em sete anos, houve um aumento de 178% nas cidades que passaram a contar com o serviço, mas essa alta parece ter chegado ao teto. 
 
Em 1999, o país dispunha de provedor em 16,4% dos municípios. Em 2006, o percentual saltou para 45,6%. O Suplemento de Cultura da Pesquisa de Informações Básicas Municipais indica estabilização no crescimento na comparação anual. Em 2005, o percentual de cidades chegava a 46%. 
 
O suplemento especial da pesquisa investigou a oferta de “equipamentos culturais“, que designa itens como bibliotecas públicas, lojas de disco, cinemas, teatros, ginásios esportivos, unidades de ensino superior e centros culturais. 
 
Para o ministro da Cultura, Gilberto Gil, presente à divulgação da pesquisa, os resultados revelam uma migração dos leitores. “O índice de leitura no Brasil é baixo, assim como a edição de livros. Acreditamos que o hábito da leitura está migrando parcial e positivamente para a internet e outros meios eletrônicos“, disse. 
 
Gil disse que os resultados impressionam e têm “um gosto amargo“. “A cultura ainda não é reconhecida como propulsora do desenvolvimento local.“ 
 
De modo geral, os resultados indicam que a oferta de equipamentos culturais é maior na parte do país próxima ao litoral e nas cidades com maior densidade populacional. 
 
Ainda não há biblioteca pública em 609 municípios. Desde 1999, o índice de presença subiu de 76,3% para 89,1%. Segundo Vânia Pacheco, gerente da pesquisa, biblioteca pública é qualquer uma que ofereça acesso à população, independentemente do fato de estar em escolas ou instituições. 
 
A pesquisa investigou pela primeira vez a ocorrência de rádios comunitárias no país. Elas estão em 48,6% dos municípios, mais que as estações de rádio FM (34,3%) e AM (21,2%). 
 
As videolocadoras estão presentes em 82% do país, o equivalente a 4.563 municípios. Já as faculdades estavam em 39,8% dos municípios no ano passado. Desde 2001, houve um crescimento de 103,1%. O equipamento cultural mais presente no país é a TV aberta, em 95,2% dos municípios. 
 
 
 
Só 4% das cidades têm secretaria exclusiva de cultura 
 
A cultura ainda não faz parte do desenho de políticas públicas em 42,1% dos municípios, segundo a pesquisa do IBGE. Na prática, o setor só conta com secretarias exclusivas em 4,2% dos municípios, o equivalente a 236. 
 
Em 72% dos municípios, predomina o modelo de secretarias conjuntas de cultura associadas a turismo, educação e esporte. 
 
Em 6,1% das cidades, a cultura está ligada diretamente à chefia do Poder Executivo. Nestes casos, o IBGE afirma que ela costuma ser vista como “área produtora de eventos que beneficiem a imagem do gestor“. 
 
Na média, os municípios do Nordeste superam o padrão nacional e destinam 1,2% da receita ao setor. A pesquisa mostra que só 5,2% dos municípios contam com leis de incentivo à cultura. 
 
O setor emprega 58 mil pessoas no país em órgãos da administração municipal, o equivalente a 1,3% do total. 
 

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