Brasil prepara importante cúpula mundial sobre educação

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A América Latina será pela primeira vez cenário de um encontro mundial que reunirá, em novembro, em Brasília, representantes dos cinco continentes que avaliarão, a pedido da Unesco, os meios necessários para fazer da educação uma prioridade. “A Unesco queria que a América Latina fosse sede desse quarto encontro anual e o Brasil foi escolhido por sua representatividade em termos de população e pelos êxitos obtidos no âmbito da educação“, declarou Jorge Werthein, representante da Unesco no Brasil.  
 
A reunião de Brasília leva o nome de “Educação para todos“ e contará com chefes de Estado, ministros da Educação e da Economia, organizações internacionais e membros da sociedade civil. “O objetivo da reunião de Brasília não é estabelecer que a educação é importante, algo com que todos os chefes de Estado do mundo concordam, mas que é uma prioridade“, acrescentou Werthein.  
 
Esta semana, na sede da Unesco, em Paris, responsáveis pela educação da organização da ONU e de diversos governos preparam este encontro, celebrado no ano passado em Nova Déli. A formação de professores, a elaboração de dados concretos sobre o acesso à escola em todo o mundo e a educação como geração de recursos e diminuição da violência estarão no centro dos debates. Também será dada especial atenção aos casos dos países em vias de desenvolvimento mais populosos do mundo: Brasil, Bangladesh, China, Egito, Índia, Indonésia, México, Nigéria e Paquistão.  
 
Entre os êxitos que o Brasil apresentará neste encontro se destaca o programa “Escola da Família“ do governo de São Paulo. “O caso de São Paulo é para a Unesco um laboratório de extrema importância“, reconheceu Werthein, recordando que 97% das crianças brasileiras vão à escola. O secretário de Educação de São Paulo, Gabriel Chalita, participa nesta reunião preparatório para explicar como é a iniciativa, que consiste em abrir as 5.800 escolas paulistas durante o final de semana aos alunos e suas famílias, o que conseguiu reduzir a violência na região e melhorou o apreço pelo ensino. “Se os governos do mundo tivessem consciência que investir na educação significa indiretamente dedicar menos dinheiro à segurança pública, saúde ou geração de renda, não hesitariam em aumentar o orçamento dedicado ao ensino“, declarou Chalita.  
Desde sua criação, em agosto de 2003, o programa “Escola da Família“, que conta com o apoio da Unesco, conseguiu que milhares de famílias passem por uma escola no final de semana para participar de atividades de lazer diversificadas, de leituras públicas a partidas de futebol. “Só em junho foram 8 milhões em todo o Estado de São Paulo“, afirmou Chalita. O programa, ao qual o governo paulista dedicou 160 milhões de reais, já foi imitado por outros Estados brasileiros, como o Rio de Janeiro, a Bahia e o Pará, e despertou o interesse da Coréia do Sul. “Acreditamos que a escola é um organismo vivo e propriedade de todos. Este projeto nasceu pequeno e cresceu impulsionado pelas próprias comunidades“, explicou Chalita.  
 
No encontro de novembro, o Brasil apresentará seus êxitos, mas também seus maiores desafios e pontos fracos. “O governo brasileiro não tem uma política de educação. Não teve com Fernando Henrique Cardoso e não tem com Luiz Inácio Lula da Silva. Cada ministro que chega impõe sua própria política e tudo começa de novo“, lamentou Chalita, criticando os poucos recursos que o governo federal dedica à educação básica. 
 
 

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