Brasil não deve atingir meta na educação, mostra censo

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Apesar dos quatro anos de investimento na expansão do ensino superior público federal e da criação do programa Universidade para Todos (ProUni), o Brasil dificilmente conseguirá alcançar a meta de colocar 30% dos jovens de 18 a 24 anos na universidade até 2011, como previa o Plano Nacional de Educação (PNE).  
 
O Censo do Ensino Superior, divulgado nesta terça-feira pelo Ministério da Educação, mostra que apenas 10,9% dos jovens nessa faixa etária estão na faculdade. O ministro da Educação, Fernando Haddad, no entanto, tenta evitar conclusões pessimistas. “É difícil projetar o atendimento ou não da meta. A expansão federal, por exemplo, ainda não repercutiu no censo“, afirmou.  
 
Haddad diz que o número de vagas nas instituições federais deve crescer de em torno 120 mil, neste ano, para 153 mil no ano que vem. E ainda aposta na Universidade Aberta do Brasil (UAB), a instituição federal apenas de ensino a distância, que está começando a funcionar. Mas as perspectivas não são boas. Nos últimos cinco anos, o País conseguiu avançar pouco mais de um ponto porcentual na taxa de matrícula do ensino superior. Haddad culpa “o modelo anterior“ de expansão do ensino superior que, segundo o ministro, era focada nas instituições privadas. “Se nos ativermos apenas ao modelo anterior de expansão a meta realmente não será atingida. As pessoas dependem de ensino gratuito ou fortemente subsidiado“, afirmou. 
 
 
 
Censo frustra meta nacional  
Zero Hora (RS) 
 
Levantamento do MEC divulgado ontem mostra que apenas 10,9% dos jovens entre 18 e 24 anos estão na faculdade, resultado longe da expectativa de elevar esse percentual para 30% até 2010 .  
 
 
A divulgação do Censo do Ensino Superior ontem, pelo Ministério da Educação, frustrou a esperança de cumprir uma das metas do Plano Nacional de Educação, de colocar mais jovens na universidade. O Brasil dificilmente alcançará o objetivo de colocar 30% dos jovens de 18 a 24 anos na universidade até 2010. O levantamento do MEC também mostrou que Ensino Superior brasileiro ainda cresce, mas agora lentamente.  
 
Segundo o censo, apenas 10,9% dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos estão na faculdade. Na Argentina, esse índice é de cerca de 30%, no México, de 15% e, na Coréia do Sul e nos EUA, próximo de 50%. O ministro da Educação, Fernando Haddad, tentou não ser não ser tão pessimista. – É difícil projetar o atendimento ou não da meta. A expansão federal, por exemplo, ainda não repercutiu no censo – afirmou.  
 
Os números atuais mostram um dos menores aumentos na quantidade de instituições desde 1997. São 2.165 universidades, faculdades e centros universitários no país, 7,55% a mais do que no ano anterior. Há cerca de cinco anos, esse crescimento chegava a quase 18%. Já os cursos cresceram 9,4%, e as vagas oferecidas, 5% – um terço da taxa no ano anterior. O aumento nas matrículas foi de 7%, mesmo percentual do período anterior.  
 
Pode estar havendo um rearranjo no sistema. Tem havido transferência de mantenedoras – disse Haddad, sobre fusões ou vendas de instituições que têm ocorrido no sistema particular recentemente. Isso porque é o sistema privado que puxa esse índice, já que ainda representa 69,7% do total dos atuais 20.407 cursos de Ensino Superior no país. A proporção com relação ao ensino público não tem diminuído. Alguma mudança pode aparecer apenas no censo de 2006, quando foram considerados os números da expansão do Ensino Superior federal, promovida pelo governo.  
 
O levantamento confirma a expansão no Rio Grande do Sul. Comparando os dados dos últimos seis anos, constata-se crescimento de 106% no número de instituições. De 48 em 2000, passou para 99 em 2005, incluindo-se nesse item universidades, centros universitários, faculdades, institutos e centros de tecnologia.  
 
Entre os matriculados, persiste o avanço. De 2000 a 2005, o número subiu 42% no Estado. Governo pode mudar o ProUni e o Fies – Para mudar o panorama, o governo federal estuda medidas para ampliar o acesso subsidiado de estudantes ao Ensino Superior privado, incluindo alterações no Programa Universidade para Todos (ProUni) e no Financiamento do Ensino Superior (Fies).  
 
Uma das idéias é permitir que o aluno com uma bolsa de 50% no ProUni possa trocar parte da mensalidade por trabalho em ações educativas. Outra, é aumentar o prazo para a amortização do pagamento do Fies e o valor da mensalidade que o financiamento poderá cobrir. O Ministério da Educação termina esta semana o pacote com as medidas. A maior parte das vagas do ProUni é integral, mas cerca de um terço é de vagas de 50%, visando a alunos com renda familiar mais alta. A idéia do MEC é que o ministério passe a pagar os restantes 50% para os estudantes. Em troca, o jovem participaria de programas extra-curriculares em escolas públicas.  
 
No Fies, além de ampliar o número de vagas disponíveis, o governo promete aumentar o prazo para que os estudantes comecem a pagar de volta o empréstimo depois de se formarem. A outra possibilidade é que o Fies passe a financiar mais do que os 50% da mensalidade.  

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