“O Brasil enfrenta um grave déficit de professores de ensino fundamental“, disse o Ministro da Educação, Fernando Haddad, ao jornal El País. Para o diário espanhol, que dedicou na segunda-feira (29) uma longa entrevista com o ministro, a “educação tem sido uma das prioridades do governo Lula“.
Haddad atribuiu esse déficit -“formamos apenas um terço dos professores de física de que necessitamos, e em química, algo parecido“- à falta de “investimento adequado em educação na década de 90“.
O ministro afirmou também que a prioridade do país é a educação básica, que “não está se beneficiando do conhecimento produzido pelas universidades“.
Haddad classificou a rede de universidades do Brasil como “muito avançada“ e falou que o Brasil tem um programa de “bolsas para os estudantes sem recursos que têm de ir às universidades privadas“, referindo-se ao ProUni. Disse também que a meta é de que em 2010, 30% dos jovens estejam nas universidades.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2006, apenas 3.050 dos 24.285 brasileiros entre 18 e 24 anos estavam matriculados no ensino superior -o que representa menos de 13% dos jovens.
Respondendo à questão sobre a ajuda financeira de que o Brasil necessitaria para a educação, Haddad disse que “países como Brasil, Argentina, Venezuela, África do Sul, México e Índia deveriam fazer um esforço principalmente nacional“ para melhorar a situação do ensino.