Banco Mundial elogia Brasil, mas cobra qualidade de ensino

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Um economista do Banco Mundial disse no dia 20/09 que o Brasil obteve avanços na luta contra a desigualdade por causa dos investimentos em programas sociais, mas que ainda é necessário investir mais na qualidade do ensino. Francisco Ferreira disse à BBC Brasil que programas de complementação de renda como o Bolsa Família, condicionados a fatores como permanência das crianças na escola, estão dando resultado.  
 
No entanto, segundo ele, “é preciso complementar isso com políticas do lado da oferta educacional. Não adianta somente a criança ficar na escola, é preciso que a escola ensine mais“. “Houve melhoras no Brasil, mas elas são pequenas se comparadas ao que precisa ser feito“, disse ele. Ferreira fez as declarações durante a divulgação do relatório Eqüidade e Desenvolvimento do Banco Mundial, que ele ajudou a escrever.  
 
Redirecionamento de gastos – O relatório afirma que a igualdade de oportunidades aumenta a possibilidade de crescimento econômico, à medida em que permite o aproveitamento de potenciais que de outra maneira seriam desperdiçados. Além disso, o estudo do Banco Mundial afirma que as oportunidades são distribuídas de forma desigual entre os países do mundo e também para parcelas da sociedade dentro do próprio país, como é o caso do Brasil.  
 
No caso específico do Brasil, um dos países com maior desigualdade de renda do mundo, Ferreira defendeu maior investimento em educação primária e secundária e o pagamento das universidades públicas, com a concessão de bolsas de estudos para quem não pode pagar. “O que acontece é que os impostos que todo mundo paga são usados para subsidiar a educação dos ricos“, afirmou Ferreira. “É preciso redirecionar gastos da elite para investir nas oportunidades, e isso começa na escola.“  
 
“Se a lei de mercado funcionasse perfeitamente uma pessoa pobre com uma excelente idéia teria a oportunidade de tomar dinheiro no banco e mudar sua condição.“ Como isso não acontece, explicou Ferreira, na prática milhões de pessoas em todo o mundo permanecem na pobreza, sem educação e deixam de contribuir para o desenvolvimento de seus países. Michael Walton, co-autor do relatório Eqüidade e Desenvolvimento junto com Ferreira, completou dizendo que “se olharmos para todas as sociedades desenvolvidas, em algum momento elas adotaram políticas para promover a igualdade de oportunidades“. 
 

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