Após negociação com soco na mesa, acordo do novo ensino médio é fechado

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O acordo sobre o novo ensino médio foi fechado hoje e será um meio-termo entre o desejo do governo federal e o projeto do relator, deputado Mendonça Filho (União-PE).

O que aconteceu
O estudante poderá optar entre uma carga horária com mais disciplinas tradicionais ou escolher um curso técnico. O número de aulas vai depender do que o aluno julgar mais adequado e a divisão ficou assim:

Para os alunos do ensino médio tradicional: 2.400 horas para disciplinas tradicionais (como português, matemática, história, física, química, biologia e geografia) e 600 horas para as optativas;
Para os alunos do ensino médio com técnico: mínimo de 1.800 horas para matérias tradicionais e o restante para o curso;

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A carga horária total do ensino médio é de 3.000 horas. O número de aulas tradicionais será condicionado a do curso técnico. Enfermagem precisa de 1.200 horas e restam 1.800 horas para português, matemática, geografia e etc.

Tapa na mesa e gritaria
O processo de negociação terminou com tensão e bate-boca. O ministro da Educação, Camilo Santana (PT) queria um modelo com 2.400 horas de disciplinas tradicionais. O relator era o deputado Mendonça Filho, que foi o ministro que implantou o modelo atual, defendia 1.800 horas.

A reunião entre eles na segunda-feira à noite teve soco na mesa e gritos. Eles começaram a discutir os vários pontos em que não concordavam e a situação foi ficando mais quente até que as vozes se alteraram para um tom mais alto.

Ministro e deputado estavam aos gritos quando houve um soco na mesa. Na versão de Mendonça Filho, o golpe partiu do ministro. Diante deste fato, os ânimos serenaram.

Os dois pediram desculpas e a conversa continuou. Tudo ocorreu na residência oficial do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Ele e outros deputados ligados à educação estavam no local.

O deputado ressaltou que ambos voltaram a se entender. O ministro foi procurado e não se manifestou.

A situação não impediu o acordo. Mas ele foi fechado somente na tarde desta terça-feira na Câmara dos Deputados.

Nos bastidores o que se fala na Câmara é que Camilo foi intransigente — interlocutores do ministro usam o mesmo termo para falar de Mendonça. O deputado foi ministro da Educação no governo Temer (MDB) e aprovou a reforma como é tocada hoje nas escolas.

Deputados da própria base do governo já haviam criticado a postura do ministro. A avaliação deles é que Camilo ficou “encastelado” no MEC e não entrou em campo para defender a proposta — que está em discussão desde o ano passado.

A expectativa é votar o projeto esta semana. Na sequência, ele segue para o Senado.

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