Ângelo Xavier participou da Sabatina PublishNews e comentou assuntos relacionados ao PNLD, relações institucionais da Associação com o governo e plataformas digitais, entre outros assuntos.
O presidente da Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros), Ângelo Xavier, ressaltou na Sabatina PublishNews realizada nesta quarta-feira (31/05) uma preocupação do setor do livro com os termos da reforma tributária que será apresentada pelo governo no segundo semestre. O programa foi transmitido ao vivo nos canais do PN: Youtube, Facebook e Linkedin (veja abaixo na íntegra).
“A gente vive uma instabilidade com a possibilidade da reforma tributária”, disse Ângelo. “O mercado tem muitas dificuldades, não é um mercado gigantesco. Dificilmente ele suportaria uma tributação no livro. Temos defendido bastante e continuamos trabalhando em cima disso para que a reforma não traga nenhum tributo ao livro, porque aí teremos menos leitores, menos pessoas em contato com materiais educacionais… e isso é ruim para a sociedade. O Brasil ainda precisa investir e melhorar a formação da população”, disse o presidente da Abrelivros.
Parte dessa articulação passa, segundo Xavier, por uma aproximação que ocorreu nos dois últimos anos entre as principais associações do setor livreiro, o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) e Câmara Brasileira do Livro (CBL) e a própria Abrelivros.
Em outro momento da entrevista, Ângelo Xavier também comentou o aspecto político da Abrelivros e as suas relações institucionais com o novo governo federal – com uma avaliação positiva na sua visão. “Desde o início do novo governo, notamos uma preocupação grande com a área da educação. Tivemos uma receptividade muito boa por parte do Ministério da Educação. Conseguimos ser ouvidos, o que já foi um ganho pensando no que vivemos nos últimos quatro anos. Nos disseram sempre com clareza quais eram os pilares do novo Ministério”.
Ele apontou também que as editoras já perceberam, de forma positiva, um ritmo diferente na execução dos programas de compras de livros (cerca de 90% da produção das editoras de livros didáticos é vendida ao governo). “O novo Ministério tem acelerado a execução, e buscou pessoas com experiência na área, muito bem qualificadas e abertas ao diálogo. Pensando no livro escolar, isso é fundamental, porque ele é um produto sui generis: para entrar numa licitação, preciso ter o produto pronto. Então é necessário esse espaço de diálogo, de audiências públicas, de discussões técnicas”.
Ângelo avaliou ainda que o ritmo do PNLD 2024 (que está em curso) já é diferente, com o MEC antecipando algumas etapas de avaliação, que saíram no final de abril.
A gerente de marketing do Grupo IBEP Educação, Renata Bueno (participante da bancada da Sabatina), perguntou ao presidente da Abrelivros sobre os atrasos dos programas anteriores, como o PNLD Literário 2022, que ainda não foi concluído. Ângelo respondeu: “Nesse caso, vemos uma dificuldade administrativa. Parece que há pouca gente para documentar e avaliar todas as obras, são processos administrativos difíceis, e temos escutado que existe uma estrutura pequena de pessoal”, afirma. “Outras coisas atrasaram por questões orçamentárias, quando os orçamentos foram bloqueados, por exemplo”.
Ele afirma que a Associação tem solicitado maior clareza nos calendários dos Programas. “Isso é fundamental, porque os autores e editoras conseguem se preparar. A produção começa antes do edital, por conta e risco das editoras. Quanto mais claro for o modelo, melhores as condições de produção de qualidade por parte das editoras, e talvez até possibilite mais editoras concorrendo no mercado. Se os editais vierem um pouco mais concisos e com maior clareza nos calendários, o mercado agradece muito”.
Ângelo comentou ainda que existe uma expectativa de o PNLD 2022 Educação Infantil sair neste semestre, que a escolha do PNLD 2023 – Objeto 2 – Obras Didáticas de Práticas e Acompanhamento da Aprendizagem será em junho, mas que para o PNLD 2023 Literário não há calendário.
Completaram a bancada da Sabatina a gerente de marketing da Catavento Distribuidora, Claudia Machado, e os jornalistas Talita Facchini e Guilherme Sobota, do PublishNews. Entre outros assuntos, a entrevista abordou a reformulação da identidade visual e da comunicação da Abrelivros, as plataformas digitais de educação e a reforma do Ensino Médio.
Veja a entrevista na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=x9Ro7VNcyL0&t=7s
Publicado por GUILHERME SOBOTA – PUBLISHNEWS em 01/06/2023.