Analfabetismo cai no Brasil, mas ainda é um dos piores da América Latina

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O Brasil teve em 2007 um dos piores índices de analfabetismo da América Latina, atrás de países como Bolívia, Suriname e Peru, mostra a Pnad 2007 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada nesta quinta-feira. A pesquisa registrou cerca de 14,1 milhões de analfabetos no país no ano passado.

Com uma taxa de analfabetismo de 10%, o Brasil é o 15º em um ranking de projeções de índices de analfabetismo de 22 países na América Latina divulgado pelo estudo. A lista é liderada por Cuba, que aparece com taxa 0,2%. O pior nível foi o do Haiti –37,9% da população de 15 anos ou mais.

Apesar de ainda ser um dos piores no continente, o índice brasileiro melhorou na comparação com 2006, quando a taxa era de 10,4%. A queda acontece progressivamente desde 1997.

Dentro do país, o menor índice foi registrado entre os adolescentes de 15 a 17 anos: 1,7%. Já a maior taxa, de 12,5%, foi entre a população com 25 anos ou mais.

A Pnad, que faz levantamentos socioeconômicos anuais da população brasileira, coletou dados em 147.851 domicílios de 851 municípios do Brasil par a pesquisa de 2007.

 
 
 
MEC diz que pior notícia da Pnad é 1,8 milhão de jovens fora da escola 
G1/Brasília – Jeferson Ribeiro 
 
Ensino médio é pouco atraente, diz secretário de Educação Continuada. Ele comemora o aumento do número de crianças na pré-escola. 
 
O secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (MEC), André Lázaro, disse nesta quinta-feira (18) que a pior notícia da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) é o grande número de jovens entre 15 e 17 anos que está fora da escola. Pelos cálculos do MEC, mais de 1,8 milhão de pessoas nessa faixa etária estão fora da escola – a maioria deles, homens. Segundo o secretário, desde 2003 o número de jovens nessa faixa etária matriculados na escola é quase o mesmo, em torno de 82%. 
 
De acordo com ele, “esse é um drama social brasileiro, porque esses jovens são vitimas da violência”. Lázaro afirmou que a escola no ensino médio ainda é pouco atraente para esses jovens e as oportunidades de trabalho também colaboram para que haja mais evasão nessa faixa etária.  
 
“Tem um pequeno grupo, constante, que não está interessado na escola. A proposta do MEC é recuperar o ensino médio e reforçá-lo. Estamos investindo na questão tecnológica para garantir a educação profissional desses jovens”, afirma. 
 
Segundo ele, é preciso parar com a ilusão de que o destino de todos é a universidade. “Não pode se criar a ilusão de que o destino de todos passa pela universidade. Isso é ilusão. Se a pessoa tiver estudo médio mais consistente tem empregabilidade mais garantida. Em lugar nenhum do mundo a universidade é o destino de todos”, argumenta Lázaro.  
 
Educação infantil  
 
Por outro lado, ele comemora os dados que mostram um aumento do número de crianças com 4 e 5 anos que estão na pré-escola. Segundo ele, os dados são ainda “mais impressionantes“ porque na região Nordeste os índices de pré-escolarização são os mais elevados do país.  
 
“Qualquer estudo no mundo mostra que se a criança começa mais cedo fica mais tempo na escola. Haverá uma evasão menor no futuro”, diz.  
 
Analfabetismo  
 
O secretário revelou ainda que cerca de 1,3 milhão de pessoas estavam inscritas no programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) do MEC em 2007. Porém, ele não sabe dizer quantas dessas pessoas que buscaram a alfabetização depois de adultas realmente aprenderam a ler e escrever.  
 
“Nós não tínhamos uma prova que avaliasse o desenvolvimento do estudante. A partir do ano que vem vamos fazer uma avaliação no ingresso do aluno e na sua saída. Isso vai nos dar um parâmetro”, revelou o secretário. 
 

Para Haddad, analfabetismo ainda cai de forma lenta
Agência Brasil – UOL Educação

De 2006 para 2007, a taxa de analfabetismo entre a população com mais de 15 anos caiu de 10,4% para 10%. Isso representa um contingente de 14, 1 milhão de brasileiros que ainda não sabem ler e escrever.

Em entrevista à EBC (Empresa Brasil de Comunicação), o ministro da Educação, Fernando Haddad, reconheceu que a queda está se dando de forma lenta. Os dados são da Pnad 2007 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada nesta quinta-feira (18) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“Em 2006 caiu 0,7% e agora, 0,4%. A média dos últimos dois anos é superior à média histórica, mas a nossa expectativa, com o novo desenho do programa Brasil Alfabetizado é que a taxa em 2008 caia mais rapidamente“, avaliou.

Segundo o ministro, os números se explicam em parte pelo fato de que boa parte dos alunos atendidos pelo programa Brasil Alfabetizados não são analfabetos absolutos.

“Muitas pessoas que às vezes escrevem e lêem mal se valem do Brasil Alfabetizado para aperfeiçoar seus conhecimentos. Então, quando a gente fala que o programa atendeu 1 milhão, por que a taxa não caiu mais? Porque grande parte desses alunos não se declaram analfabetos absolutos porque já possuem um conhecimento preliminar da língua“, explicou.

Mesmo com a queda lenta dos números, Haddad acredita que o Brasil irá cumprir o compromisso assinado em 2000 com a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura) para reduzir a taxa de analfabetismo para 6,7% até 2015.

A Pnad aponta ainda que o acesso ao ensino superior cresceu 4,3% entre 2006 e 2007, mas a rede privada ainda responde por 76% dessas matrículas. Para Haddad, o maior acesso pode ser explicado em parte pelo ProUni (Programa Universidade Para Todos), que concede bolsas de estudo a alunos procedentes de escolas públicas em instituições particulares de ensino superior.

Ele disse ainda que o Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), que prevê a criação em 2009 de 44 mil vagas em instituições públicas de ensino superior, irá diminuir essa discrepância entre a oferta da rede particular e a da pública.

Aumenta matrícula na educação infantil
Portal MEC – Letícia Tancredi

Em um ano, o percentual de crianças de quatro e cinco anos que ingressaram na educação infantil aumentou de 67,6% para 70,1%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2007, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 18. A pesquisa mostra que a região Nordeste é a que tem mais crianças nessa faixa etária estudando: 76,8%, sendo que o Ceará, a Paraíba e o Rio Grande do Norte têm percentuais de cobertura de 80% ou mais.

“Essa é a melhor notícia da Pnad em relação à educação”, afirma o secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC, André Lázaro. “Todos os estudos mostram que, se a criança começa mais cedo, permanece mais tempo na escola.” Lázaro destaca o trabalho dos municípios como um dos fatores que levaram ao índice.

A pesquisa também mostra que há no Brasil 56,3 milhões de estudantes. “É mais do que a população de muitos países do mundo. Esse número ajuda a entender um pouco as dificuldades que o país tem“, afirma Lázaro. Por isso, segundo ele, não há como fazer comparações entre a educação no Brasil e em outros países da América do Sul. A Argentina, por exemplo, tem 39 milhões de habitantes.

Na faixa etária de seis a 14 anos, 97% da população está na escola. Essa taxa, segundo o secretário, já incorpora o ensino fundamental de nove anos. “O Brasil está escolarizando mais cedo suas crianças e criando uma geração escolarizada. É isso que vai mudar o perfil educacional brasileiro, porque as ações na educação são de longo prazo”, sinaliza André Lázaro.

O secretário explica que as políticas públicas para a educação infantil combatem uma das dimensões do analfabetismo de jovens e adultos: ingresso de jovens analfabetos com 15 anos nesse universo. Para ele, o Plano de Desenvolvimento da Educação, a Prova Brasil e a Provinha Brasil são instrumentos que ajudam a identificar problemas no domínio da leitura e da escrita desde cedo, permitindo ações imediatas.

Já em relação à segunda dimensão — a população de 15 anos ou mais — o percentual de analfabetismo caiu em relação a 2006: era 10,4% e passou para 10%. Segundo André Lázaro, o analfabetismo é um fenômeno adulto, ou seja, os jovens estão tendo mais acesso ao ensino. Isso porque, de acordo com os dados da Pnad, a taxa de analfabetismo da população de 15 a 24 anos é de 2,2%, enquanto a da população de 25 anos ou mais é de 12,5%. Ambas decresceram em relação a 2006, quando eram de 2,4% e 13% respectivamente.

Com o programa Brasil Alfabetizado, o atendimento aos jovens e adultos analfabetos cresceu. A meta para 2008 é atender a 1,3 milhão de pessoas, mas o número pode ser maior, de acordo com o secretário. O MEC investiu R$ 300 milhões no programa em 2007. A novidade foi a criação do teste cognitivo para os alunos que entram e para os que se formam nas turmas de alfabetização, na mesma escala que outros testes de aferição, como a Provinha Brasil.

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