Abrelivros investe R$ 1 milhão para ampliar oferta de material em braile

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Um acordo fechado entre governo, editores e a Fundação Dorina Nowill para Cegos ampliará o acesso dos alunos deficientes visuais de escolas públicas ao material didático em braile.

A Associação Brasileira de Editores de Livros (Abrelivros) fará uma contribuição de R$ 1 milhão à fundação durante cinco anos. A idéia é que, nesse período, os 7 mil estudantes cegos da rede pública recebam os mesmos cinco títulos que os alunos videntes.  
 
Essa verba será destinada à capacitação de uma equipe de 40 pessoas – 20 editores e 20 revisores. Dessa forma, a fundação aumentará o número de pessoas especialistas na transcrição dos livros para o braile. “Esse é o ponto mais crítico, pois é necessário tempo e expertise. Não há faculdade que ensine“, afirma Alfredo Weiszflog, presidente executivo voluntário da fundação e presidente do conselho de administração da editora Melhoramentos. “É necessário dois anos e meio para fazer a capacitação“, diz.  
 
A entidade possui hoje 120 funcionários, sendo que 25 deles fazem parte da equipe editorial. No entanto, a mão de obra não é suficiente para transcrever todos os títulos escolhidos pelo Ministério da Educação (MEC). A cada três anos, o MEC seleciona 500 títulos de diversas matérias para que os professores escolham quais querem usar. A fundação consegue transcrever, atualmente, entre 40 e 60 títulos por ano.  
 
Como as editoras não possuem gráfica nem conhecimento próprio para fabricar o livro em braile, o setor decidiu auxiliar a fundação a aumentar sua capacidade produtiva. “Reconhecemos que existe o problema e nos mobilizamos para encontrar uma solução“, afirma João Arinos dos Santos, presidente da Abrelivros e diretor-geral da Abril Educação (que inclui as editoras Ática e Scipione).  
 
Segundo Weiszflog, a parceria entre a iniciativa privada e uma entidade sem fins lucrativos para suprir a demanda de livros em braile foi a solução encontrada em muitos outros países.  
 
Hoje, a instituição tem a maior gráfica em braile da América Latina e a única com expertise para fazer a transcrição de um título didático, que envolve tanto texto quanto ilustração, para o braile.  
 
Mas os planos na instituição são ainda maiores. Há seis anos, a entidade passou por um processo de profissionalização e investimento em tecnologia. “Naquela época, a fundação era deficitária. Hoje ela é superavitária“, afirma Weiszflog. O orçamento da fundação é de R$ 5 milhões a R$ 6 milhões, que são doados por empresas como Bradesco, Itaú e Melhoramentos.  
 
No ano passado, a fundação produziu 30 milhões de páginas em braile, cerca de 70% desse total foi destinado à produção de livros didáticos. A projeção é atingir 50 milhões de páginas nos próximos três anos. “Há seis anos atrás, produzíamos 1,5 milhão“, lembra o executivo. “Mesmo assim, ainda falta muito a ser feito.“  

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