Conteúdos digitais: novos aliados do ensino

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Para gestores públicos de educação, deve-se investir em equipamentos e na formação do professor para bem utilizar as novas tecnologias.

  

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O estande da Abrelivros na Bienal do Livro do Rio de Janeiro atraiu bastante público logo na primeira sessão do ciclo de debates promovido pela entidade. Dezenas de pessoas foram assistir à mesa intitulada “As políticas públicas de Educação e o uso de conteúdos digitais”, com Sérgio Gotti, diretor de Formulação de Conteúdos Educacionais da Secretaria de Educação Básica do MEC e Rafael Parente, subsecretário de Novas Tecnologias Educacionais da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. O debate foi moderado por Ana Raslton, diretora de Tecnologia de Educação e Formação de Educadores da Abril Educação.


 

Uma das primeiras questões levantadas no debate foi a questão da convivência entre o conteúdo impresso e o digital. Sergio Gotti lembrou que o livro impresso ainda é uma eficaz forma de tecnologia de que dispomos. Já Rafael Parente foi além: para ele, todas as crianças já deveriam receber tablets com conteúdo digital, em vez dos tradicionais cadernos e livros impressos. O subsecretário reconheceu, no entanto, que essa mudança deverá ser lenta e gradual.


 

Para ambos os debatedores, a oferta de conteúdo digital se soma a políticas públicas já existentes. Sergio Gotti exemplificou com o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), reconhecido como um dos modelos mais importantes de distribuição de livros, mas que pode ser implementado para receber novas tecnologias.

 

 

Tempo de mudanças

 

 

Para Gotti, houve um grande avanço no número de pessoas que se graduaram nas últimas três gerações no Brasil. O modelo de escola, entretanto, ainda é do século XVIII, e um dos grandes desafios do MEC é atualizar esses paradigmas.


 

Já os alunos estão bem situados no século XXI. Ana Ralston apresentou dados que evidenciam como alunos utilizam as tecnologias disponíveis: 87% dos jovens entre 14 e 24 anos usam redes sociais, independente de camada social. Para a diretora, o aprendizado não se limita mais à sala de aula, mas deve ser para a toda a vida, inclusive porque as novas tecnologias, como o uso de computadores e internet, estão cada vez mais presentes nos lares e no cotidiano das pessoas.


 

Mas os conteúdos digitais não podem ser oferecidos de forma isolada. Para Rafael Parente, na Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro as políticas relacionadas às tecnologias educacionais estão dentro de um contexto geral de melhoria da aprendizagem das crianças. Segundo o subsecretário, foi realizada uma modificação de currículo, melhoria do equipamento nas escolas, além da implementação de ações para sensibilizar professores e diretores para o uso das novas tecnologias. Mencionou que a própria secretária de Educação, Claudia Costin, utiliza o twitter para interagir diariamente com professores.


 

Parente deu o exemplo de várias ações dentro dessa linha de formação digital, com destaque para a Educopedia, uma plataforma de aulas digitais de cada disciplina, com material de suporte aos professores, planos de aula, jogos pedagógicos e vídeos, que vem sendo implementada na rede municipal do Rio de Janeiro. No vídeo institucional sobre o projeto, um aluno afirmou que a Educopedia conseguiu unir aprendizado e diversão, coisas que para ele dificilmente estariam juntas.

 

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Acervos e formação

 

 

A presença de conteúdos digitais nas escolas convive com os programas de distribuição de livros. Sergio Gotti salientou que tanto o PNLD quanto o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) estão não só bem estruturados, mas em expansão. Ambos os programas têm ampliado o acervo, oferecendo dicionários e livros de literatura, os antigos “paradidáticos”.  Toda a Educação Básica e EJA receberão obras literárias, além de periódicos. O acervo do Professor irá fornecer livros com conteúdo metodológico e teórico para os educadores. Na seleção de títulos do próximo PNBE do Professor será incluída também uma categoria referente à utilização de conteúdos digitais para sala de aula, além de coleções de livros sobre o trabalho com artes.


 

Para Gotti, é preciso ter cautela ao implantar tecnologias nas escolas. Mencionou o caso da Colômbia, que transformou abruptamente todo o conteúdo da educação para o formato digital sem que professores, alunos e o sistema como um todo estivessem preparados para a mudança. Isso mostra que as ferramentas precisam ser oferecidas com preparação de todos aqueles que vão operá-las. Por isso o MEC oferece um leque de projetos midiáticos, como a TV Escola, canal que está no ar desde 1996 e cujo conteúdo é oferecido às escolas em kits de DVDs e revistas. E também o Portal do Professor, ambiente virtual para a troca de experiências e sugestões de aulas para professores da Educação Básica.


 

Outras iniciativas de relevância são o Programa Um Computador por Aluno (Prouca), que irá adquirir 600 mil computadores para os estudantes, além do Projetor Proinfo, um equipamento equipado com mouse, teclado e portas de entrada para CD, DVD e USB. Os tablets também estão sendo estudados como futuras plataformas educacionais.

 

 

Mas toda essa tecnologia não irá agir sozinha. É necessário que se invista na formação dos educadores. “O professor é o arquiteto da aula nesse processo”, concluiu Rafael Parente.

 


 

 

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