Abrelivros encerra seu ciclo de debates com o tema “O impacto das redes sociais no mundo educacional

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A Abrelivros encerrou na noite desta quinta-feira seu ciclo de debates que aconteceu durante a 21ª Bienal Internacional do Livro. O encontro, que abordou o impacto das redes sociais no mundo educacional e editorial, contou com a presença de Carlos Felipe Carreira, planner digital da Agência PeraltaStrawberryFrog, Teresa Jordão, diretora de Educação a Distância do Instituto Paramitas e Simão Pedro Pinto Marinho, coordenador do Programa de Pós-graduação em Educação da PUC-MG e assessor pedagógico do  Programa Um Computador por Aluno – UCA. Como mediadora, o bate-bato teve Juliana Sanson de Oliveira, gerente de Tecnologia da Aymará Edições e Tecnologia Ltda.

 

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A mediadora abriu o evento lembrando que redes de relacionamentos sempre fizeram parte das atividades humanas. “Socialmente somos membros de um conjunto de redes que nos influencia, nos educa, nos nutre de valores e sentimentos. Com a explosão das mídias sociais, muitos pensam que o fenômeno de nos interligarmos é novo, mas podemos ver que não é se paramos para pensar na teia de relações que tecemos ao longo de nossas vidas como relações na escola, com nossos colegas, professores, etc. Com esses relacionamentos já criamos uma rede que pode ou não durar a vida inteira.”

 

O debate, que esquentou a noite de quinta-feira no estande da Abrelivros, abriu um leque de possibilidades sobre como aproveitar ou não essa avalanche de midias sociais que tomaram conta do cotidiano de todos nós; seja na escola, na publicidade, na nossa vida privada etc.

 

Quem abriu a discussão foi Carlos Felipe Carreira que traçou um panorama sobre o alcance das principais redes sociais que circulam no mundo. Segundo ele, o Brasil, no quesito navegação – pessoas que passam mais tempo na Internet – é o primeiro no mundo, seguido pelos EUA e Reino Unido. Um em cada três brasileiros está conectado à Internet e 80% dos usuários da rede fazem parte de alguma rede social. Sobre o tempo médio de navegação, o brasileiro passa mensalmente 23h 12 min conectado e, desse tempo de conecção, 6h 20min  passa em redes sociais. Outro dado interessante é que o Orkut, maior rede social do país, que abriga principalmente pessoas das classes C e D, corresponde em números de usuários brasileiros, a um país como a Argentina. O You Tube carrega anualmente mais de 492 mil horas de imagens; tempo superior ao da TV Globo, que produz cerca de 4.500 horas de imagens.

 

Sobre o Facebook, rede em ascensão e que agrega pessoas das classes A e B, atualmente comporta 12 milhões de usuários e a estimativa da rede até o final do ano, é que esse número chegue aos 20 milhões. O Twitter fechou 2009 com 9,8 milhões de usuários e São Paulo é a 4ª cidade do mundo que mais “twitta”. Já o MSN agrega 27 milhões de usuários.

 

O planner digital da PeraltaStrawberryFrog, pontuou que o fenômeno das redes já era algo previsto desde a década de 70, época em que os especialistas já acreditavam  numa globalização digital. Para ele, assim como a revolução industrial, as mídias sociais representam a revolução digital; prova disso é que cada vez mais indústrias de celulares, televisores etc, estão fazendo produtos já com o acesso às mídias sociais. 

 

A segunda convidada da noite Teresa Jordão, diretora de Educação a Distância do Instituto Paramitas, iniciou sua apresentação afirmando que a geração atual, totalmente digitalizada, não aprende como as gerações anteriores e o professor precisa acompanhar essa nova geração encontrando caminhos para tornar a aula participativa e estimular o aprofundamento dos conteúdos. Deve também usar a tecnologia em sala de aula; ato que não significa substituir a antiga transparência por power point, mas estimular o aluno a ser autor, ou seja, um produtor de conhecimento e informações. Teresa Jordão frisou que é possível utilizar redes como Facebook e Twitter na educação e que o Wiki é uma ferramenta que possibilita uma forma colaborativa de construção de texto. Ela destacou em sua apresentação o uso de blogs na educação. Segundo ela, o blog é uma ferramenta lúdica, divertida, que aproxima professor e aluno, amplia o espaço em sala de aula, abre espaço para discussão e reflexão, promove o compartilhamento de projetos etc. Teresa destacou alguns blogs educativos em sua apresentação, entre eles o Escrevendo com o escritor http://escrevendocomescritor.blogspot.com/, uma página onde alunos trocam, com autores de livros infantis, informações sobre suas publicações e ainda sugerem uma releitura das obras, como um novo final para uma determinada história.

 

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Simão Pedro Pinto Marinho foi quem fechou o debate apresentando uma visão bem crítica em relação ao uso das redes sociais pelo mundo educacional. Em primeiro lugar, ele deixou claro que precisamos tomar cuidado com os modismos em educação. As novas tecnologias de informação e comunicação chegam à escola muitas vezes como uma imposição da modernidade sem que as pessoas tenham total clareza de seu uso e pertinência.

 

Além disto, há uma confusão entre mídias sociais e redes sociais. No entendimento do Prof. Simão, Facebook e Orkut são redes sociais, mas o Twitter e You Tube não, pois a utilização dessas duas últimas ferramentas não pressupõe o estabelecimento de uma relação entre as pessoas.

 

Por outro lado, redes sociais como Facebook, por exemplo, funcionam porque são redes descentralizadas, que não foram criadas visando ao controle ou ao poder. Entra quem quer, sai quem quer, na hora que quer. A utilização das redes sociais virtuais com expectativa instrumental fatalmente levará à frustração.

 

Prof. Simão Pedro não acredita na viabilidade do uso das redes sociais virtuais na escola dado que ela atualmente se estrutura de maneira burocrática e hierárquica, centralizando informações e iniciativas. No seu entender, a rede social virtual não fará sentido se for para a escola continuar fazendo o que faz. Do mesmo modo, ele declara que a tecnologia por si só não mudará a escola. 

 

A sugestão do Prof Simão é a utilização da rede social pelos atores da escola para além da escola, de que modo que os educadores possam se reunir livremente para debater questões pertinentes, tais como: como estão ensinando, como estão lidando com a indisciplina, com as avaliações e com sua formação continuada.

 

 

* Apresentação –  Carlos Felipe Carreira

 

* Apresentação –  Teresa Jordão

 

* Apresentação –  Simão Pedro Pinto Marinho

 

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