A relação entre editoras e livrarias, capítulo 2024

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O 3º Encontro de Editores, Livreiros, Distribuidores e Gráficos, realizado na última semana em Atibaia (SP), intensificou um debate que anda quente no país: a relação entre editoras e livrarias. Abalada pelo menos desde a crise das grandes redes em 2018 (ou, desde antes, com a chegada da Amazon e sua política de descontos), a relação ganha novos capítulos com a iminência da apreciação da Lei Cortez no Senado, o crescimento das vendas por sites próprios das editoras e os descontos oferecidos em feiras universitárias do livro, por exemplo.

A coluna Painel das Letras, de Walter Porto, abordou o assunto. Para a coluna, grandes e médias casas editoriais relataram ter sido abordadas de forma incisiva pela Associação Nacional de Livrarias. “O clima geral não é de hostilidade contra as lojas, mas um editor proeminente expressou à coluna que, no cenário de hoje, é possível estruturar todo o negócio de uma editora sem passar por uma livraria, e não adianta ‘querer parar o tempo'”, diz a reportagem. “Outra agente do mercado afirmou que as livrarias precisam renovar as formas de atrair seus clientes sem “atacar as editoras”.

Em resposta, o presidente da ANL, Alexandre Martins Fontes, citado nominalmente no texto, questiona: “Porque afirmamos que estamos todos (editores, livreiros, distribuidores) no mesmo barco? Porque temos dito que precisamos lutar pela preservação do ecossistema do livro? Por que queremos um mercado mais forte e mais saudável? Por que queremos mais livrarias nas ruas das nossas cidades? Por que achamos anti-ético as editoras venderem seus livros para o consumidor final por preços inferiores aos que eles, editores, estabeleceram? Porque entendemos que é inadmissível os editores serem fornecedores e, simultaneamente, concorrentes das livrarias? Em outras palavras, estão ofendidos porque estamos falando o óbvio?”, disse, em uma mensagem de texto enviada ao PublishNews.

“Defendo, sempre defendi, e sempre defenderei o direito das editoras venderem seus livros através dos seus sites. Não é uma contemporização. É uma posição política e filosófica. Todo o catálogo da WMF Martins Fontes está à venda no nosso site. À venda pelos preços que nós estabelecemos. A Sextante faz o mesmo. A 34 também.

Felizmente, são muitas as editoras que agem assim. Não há nenhuma controvérsia no que estamos falando. Não quero e nunca quis “parar o tempo”. Tenho trabalhado, única e exclusivamente, por um mercado profissional, organizado e, acima de tudo, ético”, concluiu.

Fábio Lucas também usou sua coluna no Jornal do Comércio para comentar sobre o debate em torno do preço do livro. Ele comenta que a possibilidade de regulação dos descontos em lançamentos pela Lei Cortez traz a necessidade das livrarias como uma questão central no debate.

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