Rocco defende discussão do preço fixo de forma mais ampla

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email

“O preço fixo é parte de um problema mais amplo. O posicionamento do SNEL tem sido não ser contra o preço único, mas sim contra qualquer legislação que estabeleça o preço único sem que ocorra um amplo debate. Em primeiro lugar, temos de pensar no leitor“, declarou Paulo Rocco presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros em sua primeira fala durante o debate “Lei do Preço Único“, que aconteceu dia 10 de maio, na 15ª Convenção Nacional de Livrarias, no Rio de Janeiro.  
 
De maneira geral, estas afirmações resumem a posição de Rocco, que em nenhum momento afirmou ser contra o preço fixo, mas tampouco mostrou-se simpático à idéia. De forma geral, o presidente do SNEL defendeu a discussão do preço fixo dentro de um debate maior, que englobe outras questões do mercado.
 
“Não sou contra ou a favor da lei do preço fixo, mas ela deve ser discutida dentro de um âmbito mais amplo“, afirmou. “O preço fixo solto, sem outras regras acessórias, não resolve. Discuti-lo de forma independente das equações ligadas à questão é suicídio“, completou.

Rocco ainda deixou claro que acredita que existam questões mais importantes para serem discutidas, como a luta pela venda de didáticos dentro das livrarias.

Durante o debate, Angel Bojadsen questionou o presidente do SNEL. “Como editor, não necessariamente como presidente do SNEL, o que leva você a não se deixar convencer sobre a lei do preço fixo?“, perguntou o presidente da LIBRE. Ao responder, Rocco sugeriu que se discutisse também a questão do desconto fixo, “um mesmo desconto para todas as livrarias não importando seu tamanho“.

Mais tarde, o presidente do SNEL voltaria à questão colocada por Bojadsen, explicando sua posição. Hipoteticamente, Rocco considerou um modelo em que uma grande livraria teria 50% de desconto enquanto uma livraria pequena teria apenas 30%. “Nesta situação, se o preço for fixo, a livraria grande se capitaliza mais, em detrimento da pequena. Daí a minha dúvida. Preço fixo e descontos desiguais podem prejudicar as livrarias pequenas“, explicou o editor. 
 
 
 
Debate sobre preço único agita convenção da ANL  
PublishNews – Carlo Carrenho  
 
A 15ª Convenção Nacional de Livrarias que a Associação Nacional de Livrarias (ANL) está realizando no Rio de Janeiro foi marcada no dia 10 de maio pelo debate “Lei do Preço Único“, do qual participaram Marcus de Carvalho, presidente da ANL regional e diretor da Livraria Leitura; Paulo Rocco, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL); e Angel Bojadsen, presidente da Liga Brasileira das Editoras (LIBRE). A mediação foi feita por Eduardo Yassuda, presidente da ANL.  
 
Bojadsen abriu o debate com uma breve exposição em defesa do preço fixo ou único, ou seja, da limitação dos descontos oferecidos para o público final como forma de proteger as livrarias independentes que não podem concorrer com os descontos de grandes redes e supermercados. “Como editor e presidente da LIBRE, sou a favor do preço fixo. O histórico de países que o adotaram é tão positivo que não deixa dúvidas.“  
 
O presidente da LIBRE ainda lembrou que na França, onde os descontos sobre lançamentos são limitados a 5% por dois anos, ninguém mais discute a questão e até a FNAC, que era contra a idéia nos anos 1980, percebeu que se beneficiava com o preço único e hoje é a favor da regulamentação.  
 
Em seguida, foi a vez de Marcus de Carvalho defender a limitação dos descontos utilizando uma análise do histórico recente da indústria fonográfica. Segundo Carvalho, a completa ausência de regulamentação do setor fez com houvesse uma grande concentração na venda de CDs de sucessos nos grandes magazines e supermercados, que respondem hoje por 50% do mercado varejista, e permitiu a falência da maioria das lojas especializadas. A conseqüência teria sido a diminuição da diversidade de títulos no mercado e a concentração do setor em poucas gravadoras.  
 
O debate esquentou com a chegada de Paulo Rocco, que se atrasou devido a outros compromissos.

Menu de acessibilidade