Jovem brasileiro sofre exclusão cultural

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email

Pesquisa mostra que dos 3.501 entrevistados metade nunca foi a uma biblioteca  
 
De cada cinco jovens, dois nunca foram ao cinema, três nunca estiveram no teatro e metade não pisou numa biblioteca fora da escola. Em relação aos livros, 23% declaram nunca ter lido na vida – exceto no colégio – e 32% não leram nada nos últimos seis meses. No entanto, para essa juventude excluída culturalmente, que tem na televisão a maior fonte de informação, há outras preocupações mais graves, a começar pela violência e o desemprego. E, por enquanto, a esperança tem vencido a desilusão. Entre os brasileiros de 15 a 24 anos – 34,1 milhões de pessoas -, 94% acham que a vida vai melhorar e 91% têm orgulho do País.  
 
Esses e centenas de outros dados sobre a juventude brasileira foram divulgados ontem pelo Instituto Cidadania. Fazem parte de um amplo diagnóstico entregue no mês passado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que deve servir como base de políticas públicas no setor. No documento estão desafios, sonhos, medos, lacunas sociais.  
 
Para realizá-lo, pesquisadores ouviram 3.501 jovens de 198 municípios brasileiros em 25 Estados. Cada um respondeu a 158 perguntas, de temas variados, que incluem de escolaridade a sexualidade, de política a religião e lazer. Paralelamente, foram realizados encontros para discutir as questões levantadas. Propostas práticas, porém, ainda são poucas, mas, como destacou Paulo Vannuchi, coordenador do Cidadania, é importante mostrar que existe uma agenda nacional para a juventude que será transformada em política pública.  
 
Talvez aí fique mais fácil para Cássia Andrade dos Santos, de 21 anos, deixar o grupo de paulistanos que nunca foi ao cinema. Moradora de São Miguel Paulista, na zona leste, diz que até gostaria de ver Xuxa e os Duendes, mas o namorado gosta mais de baile e é difícil deixar os dois filhos, de 4 e 2 anos, para sair. Para ela, porém, não vale a pena pensar muito nisso, pois preocupação mesmo é conseguir arrumar um emprego e escapar da violência. “Se não fossem essas duas coisas, seria tudo perfeito.“  
 

Menu de acessibilidade