Brasil inclui criança, mas perde jovem no ensino médio e mantém analfabetos

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O Brasil atingiu a meta de universalizar o ensino fundamental para as crianças brasileiras, tanto para meninos quanto para meninas. No entanto, o País ainda perde alunos no ensino médio, não conseguiu expandir devidamente a educação infantil e mantém 13 milhões de analfabetos acima dos 15 anos de idade.

Isso é o que indica o relatório global Educação para Todos 2000-2015 (em tradução livre), lançado pela Unesco nesta quarta-feira (8).

Das seis metas de universalização da educação lançadas no ano 2000 e acordadas por 164 países, o Brasil atingiu apenas duas: a universalização do ensino fundamental e a paridade e equidade de gênero.

A qualidade do ensino, a evasão do aluno no ensino médio e a alfabetização de adultos ainda são os grandes desafios para a educação brasileira.

Apesar da redução nos índices de repetência no Brasil, que baixaram de 24% em 1999 para 9% em 2011, o estudo constata que a aprovação na escola não veio seguida de melhora na qualidade do ensino.

`O relatório aponta a redução de qualidade do ensino em diversos países, o que faz com que as crianças entrem na escola mas não aprendam. Temos isso também no Brasil`, indica Rebeca Otero, coordenadora de Educação da Unesco no Brasil.

Ela destaca a evasão no ensino médio: apenas 57% dos alunos brasileiros de áreas urbanas concluem essa fase do ensino até os 19 anos. `Hoje o ensino médio não está bem estruturado para tentar atender o nosso jovem. Além disso, é preciso qualificar melhor o professor para atender a esse público em termos de metodologia, de materiais, de ferramentas`, lista.

Os avanços na inclusão de crianças e jovens na escola não atingiram os adultos analfabetos. Há no Brasil 13 milhões de analfabetos com mais de 15 anos, segundo dados do IBGE de 2012.

`Em nenhum dos três níveis [municipal, estadual e federal] há uma grande atenção para a alfabetização de adultos. Temos que pensar que a educação é um direito e ela influencia no alcance dos outros direitos. Nesse sentido, alfabetizar uma pessoa de 35, 40, 45 anos é uma questão de direitos humanos`, avalia Rebeca Otero.

Situação global

O relatório indica que a maior parte do mundo não alcançou as metas de educação para todos, apesar de apontar grandes avanços, como a inclusão de 34 milhões de crianças na escola nos 164 países que assinaram o compromisso com a Unesco.

O estudo mostra que ainda há 58 milhões de crianças fora da escola e que a expectativa é que cerca de 100 milhões não completem o ensino fundamental em 2015.

`Outra constatação é que a desigualdade aumentou. As crianças mais pobres e mais vulneráveis socialmente são as que têm mais chances de não entrar na escola, de não continuar o ensino e de ter os piores resultados escolares`, comenta Rebeca.

Com o relatório, a Unesco lança os desafios para os próximos 15 anos. Até 2030, espera-se que todas as crianças e adolescentes completem a educação pré-primária, a educação primária (ensino fundamental) e o ensino médio.

`Os governos precisam expandir significativamente a aprendizagem de adultos e as oportunidades educacionais em uma abordagem de aprendizagem ao longo da vida. O setor educacional deve colaborar estreitamente com outros setores no âmbito nacional e global para melhorar as perspectivas de desenvolvimento sustentável`, determina o texto.

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