Sem-terra protestam no MEC por mais e melhores escolas no campo

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email

Após duas horas de protesto, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) desocuparam o saguão da portaria principal do Ministério da Educação (MEC). Os manifestantes entregaram ao ministro da Educação, José Henrique Paim, carta em que pedem a abertura de mais escolas no campo, melhor transporte escolar e merenda para os alunos, entre outras demandas.

Os sem-terra, estimados em 750 pelo MST e em 300, pelo MEC, chegaram ao prédio, na Esplanada dos Ministérios, por volta das 10h e saíram ao meio-dia, após entregar a carta ao ministro, que ouviu as reivindicações do grupo. “Nosso compromisso com vocês é com o diálogo permanente, no sentido de reduzir as desigualdades entre a educação no campo e a educação urbana. Queremos que vocês tenham melhores condições para a educação no campo”, disse o ministro.

Segundo um dos coordenadores do setor de Educação do MST, Alessandro Mariano, o grupo veio denunciar o descaso do MEC com as escolas do campo. “Nos últimos dez anos, foram mais de 37 mil escolas fechadas, e o ministério não tem feito nada. As escolas em funcionamento e o transporte escolar estão em situação muito precária. Há necessidade de uma política de educação no campo verdadeira”, destacou Mariano.

Paim disse que o MEC também está preocupado com o fechamento das escolas no campo. “Temos a mesma preocupação que vocês com a questão do fechamento de escolas. Tanto é assim que já mandamos ao Congresso Nacional projeto de lei, aprovado na Câmara e agora tramitando no Senado, instituindo critérios mais rigorosos para o fechamento de escolas. É preciso ouvir a comunidade para o fechamento de escola.”

De acordo com Paim, o Ministério da Educação vai solicitar ao Senado que aprove, o mais rapidamente possível, a lei que impõe como condição para o fechamento das escolas a consulta à comunidade. “Seria muito importante que vocês fossem ao Senado pedir a votação de tal lei. Todas essas demandas pela construção de escolas e melhora do transporte escolar são compromissos do ministério”, destacou.

Milena Lima de Oliveira, de 10 anos, que está no quinto ano do ensino fundamental, disse que veio a Brasília para pedir mais e melhores escolas no campo. “Minha escola está precisando de reforma, pois está muito ruim. Precisamos de ar-condicionado, porque [a escola] é muito quente, e de mais merenda”, disse a estudante, que mora no Assentamento Palmares, em Parauapebas, no Pará.

No manifesto, que foi feito pelas crianças do movimento e entregue ao ministro da Educação, os sem-terra também pedem atividades extracurriculares e cursos de informática, além da construção de piscinas e quadras esportivas nas escolas no campo.
Os sem-terra participam, até sexta-feira (14), do 6° Congresso Nacional do MST que marca os 30 anos de criação do movimento.

De acordo com líderes do MST, o principal objetivo do evento é discutir e fazer um balanço da atual situação do movimento, traçar novas formas de luta pela terra, reforma agrária e transformações sociais.

Menu de acessibilidade