A igualdade racial começa pela educação. Com esse tema, começou hoje, 17, o mês de Consciência Negra organizado pelo Ministério da Educação. O objetivo é discutir novas formas de inclusão social e o combate ao preconceito racial.
Na abertura do evento, a pedagoga Verônika Braga e o percussionista Sassa apresentaram os estilos musicais hip hop e o rap como transformadores sociais. “Os jovens marginalizados da periferia tentam se impor com esse estilo, pois é um ritmo que não precisa de aulas de canto, é pensar e escrever. São mais de 500 mil jovens no Brasil inteiro que ouvem hip hop, mas ainda não é usado como instrumento de luta”, afirma o percussionista.
Verônika ressalta que o processo é lento, “mas as pessoas têm que pensar o rap como música de quem quer revolucionar e mudar. E muitos jovens ainda estão aprendendo como aplicar isso”.
De acordo com o servidor do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Ronald Silveira, o órgão registrou que apesar dos esforços de todo o governo, a realidade dos alunos negros ainda não se modificou. “É preciso que a gente estimule a sociedade a formular políticas, a pensar outras formas de fazer educação”, disse Ronald.
Um grupo de trabalho com dez servidores do MEC foi criado para elaborar propostas, refletir e destacar a consciência negra. “Há anos, nós funcionários observamos que temos que trazer essa discussão para dentro do Ministério da Educação. O MEC, como formulador de políticas públicas, está atento às reivindicações do movimento negro”, afirmou a jornalista do MEC, Jacira Silva, uma das idealizadoras do evento.
Funcionária há mais de 28 anos, Ana Lurdes é uma das integrantes do grupo de trabalho. “O Brasil, como um país pluricultural, tem que ampliar discussões sobre a diversidade étnica e cultural. Inclusive os currículos escolares, a formação dos professores negros, o atendimento às populações mais carentes na zona rural e nas zonas dos quilombolas. O grupo vai crescer daqui para frente”, afirma.
Amanhã, 18, haverá palestra sobre a Escola Criativa do Olodum, com Nélson Luiz Mendes, às 10h, no auditório do Anexo II do MEC. O evento prossegue até o dia 3 de dezembro, quando haverá o lançamento do livro Educação e Ações Afirmativas: entre a injustiça simbólica e a injustiça econômica, na Sala de Atos do MEC, 9º andar.
Programação do Mês da Consciência Negra
18 de novembro/terça-feira
10h – Palestra sobre a Escola Criativa do Olodum
Palestrante: Nelson Luiz Rigaud Mendes
Local: Auditório do Anexo II/MEC
Exposição de Obras Especiais sobre o Negro
Local: Cibec/Inep/MEC
Exposição de Fotografias
Carlos Terrana – Guardiães do Cerrado
Ivaldo Cavalcante – Denúncia Social
Lecino Filho, Júlio César, Wanderley Pessoa, Tereza Sobreira e Franca Vilarinho – O Dia-a-Dia do Negro
Exposição de Artes Plásticas
Olu Mello – Série Cadernos de Desenhos
Bety Morais – Nossas Origens
Bazafro – Moda Étnica
Lydia Garcia e Mali Garcia
Bijouterias, bonecas de pano, roupas e panos africanos
Local: Hall de entrada do MEC
19 de novembro/quarta-feira
9h – Palestra sobre Comunidade Quilombola
Givânia Maria da Silva – Associação Nacional dos Remanescentes de Quilombos
Local: Auditório do Anexo II/MEC
10h – Lançamento do documentário Quilombo-Quilombola
Diretoras: Franca Vilarinho Cardoso e Maria Coeli Almeida Vasconcelos
Exposição Fotográfica – Kalunga – Extensão de um sonho de liberdade
Franca Vilarinho Cardoso
20 de novembro/quinta-feira
12h – Filme – Atlântico Negro – Rota dos Orixás seguido de Debate
Diretor: Renato Barbieri
Local: Auditório do Edifício-Sede/MEC
16h – 17h30 Show do grupo musical Cântico Negro
Vocal: Luciana Oliveira
Local: Auditório do Edifício-Sede/MEC
21 de novembro/Sexta-feira
12h Filme – Faça a Coisa Certa
Diretor: Spike Lee
Local: Auditório do Edifício-Sede/MEC
24 de novembro/segunda-feira
16h30 – MEC Debate – O negro e a educação: construindo novo patamar e relações raciais no ambiente educacional
Apresentação do Grupo Teatral Cabeça Feita
Abertura – Ministro Cristovam Buarque
Palestrantes: Professora Regina Célia – Pedagoga, licenciada em História, pós-graduada na História da África. Atuando no ensino fundamental na rede pública do município do Rio de Janeiro (Letramento – alfabetização). Coordenadora municipal do Movimento Negro Unificado/RJ.
Edna Roland – Coordenadora de Combate ao Racismo da América Latina e Caribe e militante do movimento de mulheres negras.
Local: Auditório do Edifício-Sede/MEC
18h – Coquetel
28 de novembro/sexta-feira
9h – 12h Teleconferência – Educação e eqüidade: o desafio da diferença
1º Bloco -A História da África e do Negro e nos Currículos Escolares
2º Bloco -Evasão Escolar e Exclusão Social
Local: Auditório da Embratel – Setor Comercial Sul/Brasília-DF
3 de dezembro/quarta-feira
16h30 – Lançamento do livro Educação e Ações Afirmativas: entre a injustiça simbólica e a injustiça econômica
Local: Sala de Atos do MEC – 9º andar
Promoção conjunta: MEC/Inep/CNE
Repórter: Heloisa Cristaldo
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