Ensino Médio precisa de mais investimentos e não apenas de novo currículo, dizem debatedores

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O representante da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), Professor Dante Henrique Moura, defendeu na última quarta-feira, 28, em audiência da comissão especial sobre reformulação do Ensino médio, que esse nível de Ensino não precisa de mais uma reforma e, sim, de condições reais de funcionamento.

 

“Nenhuma Escola do País tem infraestrutura física adequada, como laboratórios, quadras, ateliês de artes, ou profissionais com condições necessárias de formação e de trabalho”, ressaltou. Para Moura, “não é apenas a organização curricular do nível médio, mas a política do Estado brasileiro para a Educação” que precisa ser redefinida.

  

Tanto o Professor quanto a representante do Centro de Estudos Educação e Sociedade (Cedes), Professora Carmem Sylvia Vidigal Moraes, defenderam a formação integral do Aluno, e não apenas sua qualificação para atender às exigências do mercado. Na avaliação dos especialistas, antes de entender as tecnologias necessárias ao trabalho, o Aluno precisa entender o mundo em que está inserido.

 

Os Professores apontaram os Institutos Federais Tecnológicos de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifets) como as Escolas que melhor correspondem ao ideal de Ensino médio. “Ali eles vão ter uma formação que congrega conhecimentos das ciências, das letras e das artes com a formação profissional, que vai lhe permitir escolher entre a universidade e o mercado”, explicou Moura.

Limitação – No entanto, segundo dados apresentados pelos debatedores, o sistema federal responde por apenas 2% das matrículas no Ensino médio. A grande maioria dos Alunos deste nível frequenta Escolas estaduais que oferecem Ensino mais precário que as federais, na avaliação de Moura. A diferença de investimento por Aluno no nível federal e no estadual esclarece a disparidade.

 

De acordo com o Professor, enquanto o estado paga cerca de R$ 2,5 mil anuais, na rede federal o valor chega a R$ 8 mil. Segundo ele, a falta de infraestrutura e de valorização profissional faz com que essa parte da rede pública “não forme nem para o vestibular nem para o ingresso no mercado de trabalho”. De acordo com o Professor, “todos cobram que o Ensino médio estadual precisa alcançar o mesmo nível de qualidade do federal, sim, mas com o mesmo nível de investimento”.

 

 

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