Lula faz crítica a aprovação automática

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Para presidente, sistema pode parecer moderno, mas não mede se crianças estão aprendendo  
 
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou ontem o sistema de progressão continuada adotado em várias escolas públicas do País, inclusive em cidades administradas pelo PT. Na opinião do presidente, “ter um sistema educacional em que as crianças não precisam de provas para saber se vão passar ou não de ano pode parecer moderno e muito bonito“. Mas advertiu: “Sem um sistema de aferição, a gente não sabe a qualidade de ensino que essas crianças estão recebendo.“  
 
A progressão continuada, que existe no Estado de São Paulo desde 1997, elimina as séries e as agrupa em ciclos de aprendizagem, de quatro anos.  Na capital, o sistema foi adotado na gestão Luiza Erundina. Durante o ciclo, as crianças não podem ser reprovadas para que a repetência não as desmotive. A aprendizagem é entendida como algo contínuo e a reprovação só pode ocorrer ao fim de cada ciclo. O presidente chamou o sistema de “aprovação automática.“  
 
As principais críticas de educadores se referem não ao sistema como conceito e sim à forma como foi adotado no Estado, sem preparação da rede.  
 
“Apesar da boa fé, o presidente está um pouco mal informado“, disse o secretário estadual da Educação de São Paulo, Gabriel Chalita. Segundo ele, na progressão continuada a avaliação é contínua e não ocorre apenas por intermédio de provas. “A repetência acaba tirando o pobre da escola.“ Chalita lembrou ainda que prefeituras do PT adotaram o sistema em Porto Alegre e Santos, por exemplo.

Governantes – As críticas foram feitas no lançamento do Programa Acelera Pernambuco, de melhoria do ensino. Lula pregou ainda uma “melhora real“ da escola pública. “Se quiséssemos medir a qualidade da escola pública, não precisaria fazer nenhuma pesquisa, é só andar pelo Brasil e perguntar quantos prefeitos, governadores e presidentes da República colocam seus filhos nas escolas públicas, que eles dizem que são maravilhosas.“ Para Chalita, a preocupação do presidente poderia ser revertida em investimentos federais. “Estados e municípios têm arcado sozinhos com a educação.“  
 
Lula acredita que se o Brasil tivesse cuidado da educação na década de 50 hoje “não estaria invejando nenhum país desenvolvido“. Mas diante do relato do ministro da Educação, Cristovam Buarque, de que os avanços na sua pasta foram tímidos nos últimos oito anos, o presidente salientou que “não tem o direito de ficar reclamando aquilo que não foi feito“. E comparou: “Quando a gente casa com uma viúva, a gente não fica querendo saber da vida dela com o ex-marido, a gente vai cuidar da nossa vida.“

O programa Acelera deverá beneficiar 650 mil crianças de 7 a 14 anos que, apesar de estarem na escola, são analfabetas ou estão em série inadequada à idade. Cerca de 50 empresários investirão R$ 90 milhões.

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