Livro infantil representa 35% do mercado

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“Se quisermos transformar o Brasil em um País de letrados, temos que começar pela infância.“ A frase é do cientista-político Ottaviano De Fiore, mas já é consenso entre as editoras nacionais, que vêem nesse nicho a real possibilidade de aquecer o mercado da literatura infantil, hoje, e adulto, amanhã.  
 
Incentivar o hábito da leitura na infância torna-se, desta forma, um negócio concreto e crescente. Cada vez mais editoras de todos os portes investem em lançamentos na linha infanto-juvenis, que já representam 35% do mercado global, e este ano deve movimentar R$ 2,4 bilhões, com crescimento previsto de 20%, sobre o verificado em 2002. 
 
O segmento chega a representar até 100% da receita de algumas companhias. De acordo com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) , o produto deve ser encarado como elemento de cultura e ensino, mas é também importante fator de negócios. “O livro é um motivador social importante“, afirmou Paulo Rocco, presidente do Sindicato.  
 
Atenta aos leitores mirins, a Cia. e Editora Melhoramentos fechou uma parceria com o escritor Ziraldo e pretende lançar 25 títulos do segmento este ano. Para Breno Lerner, diretor-geral da editora, a expectativa é de “apresentar um crescimento mínimo de 12% este ano“.  
 
A projeção da receita da empresa para 2003 é de R$ 800 mil. O catálogo da Melhoramentos tem 4.000 títulos, dos quais 1.400 são ativos. Sobre a parceria com Ziraldo, Lerner explica que é um negócio atraente, pois as vendas do livro O Menino Maluquinho bateram um recorde histórico: 2,5 milhões de exemplares vendidos.  
 
Há 30 anos no mercado, a Global Editora está se consolidando no segmento de publicações infantis. Com um catálogo de 800 títulos, 30% são voltados ao pequeno leitor.  
 
Para manter os negócios aquecidos, a editora pretende investir, este ano, R$ 2,5 milhões, dos quais 40% serão voltados à linha editorial e 60% à reestruturação.  
 
A expectativa para 2003 é de um incremento de 20% na receita, não divulgada. A Global pretende lançar 112 títulos no mercado, dos quais 50% são voltados ao público infantil. A Global chega a doar, em média, 6.000 livros por mês a professores que desenvolvem ações sociais. “É importante incentivar a leitura desde a infância. Estamos desenvolvendo ações com o Instituto Ayrton Senna para alfabetização de mais de 200 mil crianças e 300 mil jovens e adultos de aproximadamente 1,3 mil municípios brasileiros“, garantiu Luiz Alves Júnior, proprietário da editora.  
 
Entre as obras infantis publicadas por ele, estão as dos escritores Ruth Rocha e Ana Maria Machado. 
 
Há cerca de cinco anos, a Saraiva adquiriu o controle acionário da Editora Atual , subindo para o terceiro lugar no ranking do mercado de livros didáticos no Brasil. A empresa faturou R$ 400 milhões em 2002 e espera crescer 15% este ao. São 2.200 títulos à venda, dos quais 50% infantis.  
 
“Nos especializamos em livros jurídicos, mas, em volume de vendas, os infantis estão à frente“, afirmou Wander Soares, diretor de marketing da editora.  
 
Cauteloso, ele espera crescer 10% este ano, por conta dos livros infantis. A Saraiva tem 450 títulos infanto-juvenis e vai lançar mais 50 este ano. O preço médio do livro infantil é de R$ 11. “Investimos na criança de hoje, pois ela será um leitor e cliente no futuro“, disse Soares.  
 
Há 13 no mercado, a Editora Letras&Letras , especializada em livros universitários e paradidáticos, resolveu voltar sua atenção ao mercado dos baixinhos.  
 
A Letras&Letras irá investir R$ 300 mil na linha infanto-juvenil este ano. Com um catálogo de 200 livros, a expectativa é que o segmento infantil represente 50% da receita. “A procura pelo segmento deslanchou desde 2000. Por isso, lançamos a série Contos de Machado de Assis, ilustrado, para crianças“, explica Carlos Linardi, diretor da empresa.  
 
Foco diferenciado 
 
Os principais clientes da Editora Cultura Cristã são as 2.000 Igrejas Presbiterianas, que, segundo a editora, existem no Brasil. A Cultura Cristã, que tem 42 funcionários, produz livros infantis com tiragem em torno de 54 mil exemplares por ano.  
 
Os preços chegam a R$ 16 cada. Só este ano, a procura pelos livros já aumentou em 20%, se comparado a igual período de 2002. Para Raquel Cristiane Balonecker, gerente de vendas da Cristã, “a expectativa de receita para este ano é de R$ 7 milhões“. Apenas com as vendas da linha infantil, a previsão de receita é de R$ 1,5 milhão. “Pretendemos ampliar nosso leque de produtos no segmento“, disse Cláudio Marra, editor. 
 
Outras grandes do setor como Editora Evoluir, Scipione, Ática e Larousse também estão atentas à tendência do mercado e irão apresentar seus lançamentos infantis na 11ª Bienal Internacional de Livros. No caso da Evoluir , que lançou 10 obras infantis este mês, é importante incentivar a leitura com qualidade. A companhia utiliza recursos diferenciados de mídia, como teatro, vídeo e CD-Rom para divulgar seus lançamentos e promover ações de reflexão de assuntos que colaborem com o desenvolvimento da sociedade. 
 
 

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