Para ministro, aumento do gasto reduzirá distância entre escolas

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Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, a distância entre a rede pública e privada no Brasil tende a diminuir por causa do aumento do gasto público por aluno.

 

Em entrevista à Folha, ele comentou também sobre outros indicadores de um relatório divulgado na ultima terça-feira (13), pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), que mostrou que o país está ficando para trás em termos de proporção de adultos com nível superior em relação à média dos países desenvolvidos. Leia abaixo a entrevista de Haddad:

 

Mesmo considerando o perfil diferente de aluno atendido, a rede pública brasileira segue muito atrás da particular. Por quê?

Creio que isto reflete a diferença no investimento por aluno que acontecia entre Estados. Se você pegasse um menino pobre e matriculasse na rede de Santa Catarina e colocasse esse mesmo aluno num colégio no Maranhão, este mesmo estudante provavelmente teria melhor desempenho em Santa Catarina, porque o gasto público por aluno lá era muito maior do que no Maranhão. Isso o Pisa (exame da OCDE que avaliou a distância entre as redes em vários países) não pega.

 
Na época do Fundef [fundo para financiamento do ensino fundamental criado no governo FHC], o gasto por aluno no Maranhão era metade do verificado em Santa Catarina ou no Paraná. Agora, com o Fundeb [fundo criado no governo Lula que ampliou o Fundef para toda a educação básica], este valor ficou equivalente. Só agora nós conseguimos equalizar o investimento por aluno no país. Isso contribuirá para que os alunos tenham as mesmas oportunidades, independente do local onde residem.

 

Apesar de o Brasil ter mais que dobrado o gasto por aluno na educação básica, um relatório divulgado ontem pela OCDE mostra que ainda estamos muito longe da média dos países desenvolvidos. Como prometer que chegaremos ao nível de qualidade desses países se investimentos somente 25% do que eles gastam por aluno em suas escolas públicas?

 
Há duas variáveis. A primeira é que nosso PIB cresce acima da média da OCDE. Com isso, mesmo que o investimento em educação em relação ao PIB ficasse estável, o valor por aluno cresceria. No entanto, estamos dispostos a ampliar o investimento mínimo em relação ao PIB. Hoje, este valor fica em torno de 5%, mas queremos chegar a 7%. Se combinarmos esses dois fatores, crescimento econômico e ampliação dos recursos disponíveis para a educação, chegaremos mais próximo do nível dos países da OCDE [que congrega, em sua maioria, nações desenvolvidas].

 

O relatório da OCDE mostrou também que estamos ficando para trás no que diz respeito à proporção de população com nível superior em relação aos países mais desenvolvidos. Se não aumentarmos o ritmo, ficaremos ainda mais para trás. Isto não é preocupante?

 
Este dado, da maneira como ele é construído pela OCDE, mira o passado, e não o presente. Nesta conta, leva-se em consideração a geração que hoje tem entre 25 e 34 anos. A maioria entrou no ensino superior na década de 90. É um indicador, portanto, que joga luz sobre a década de 90, e não sobre a última. Na última década, os dados do Censo da Educação Superior mostram que, em 2000, formávamos algo em torno de 350 mil alunos no ensino superior. No último censo [referente a 2009], este número aumentou para 950 mil. Ou seja, praticamente triplicamos o número de concluintes. No momento em que os indicadores da OCDE captarem este movimento, creio que este quadro mudará de patamar
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