Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (17/09), indicam que as desigualdades estão diminuindo no que diz respeito ao acesso ao sistema educacional.
No entanto, o nível do rendimento familiar ainda é uma fonte de desigualdade importante, sobretudo nos ciclos de ensino não obrigatórios. Entre 1999 e 2009, a educação infantil (0 a 5 anos), foi o nível de ensino que mais cresceu em termos de frequência (de 32,5% para 40,2%), mas, nessa faixa etária, apenas 30,9% das mais pobres frequentavam creche ou pré-escola. Este percentual aumenta para 55,2% entre os 20% mais ricos.
Na faixa dos 6 a 14 anos, que corresponde ao ensino fundamental, o acesso à escola era praticamente igual em todos os níveis de rendimento. Entre 15 e 17 anos a possibilidade de estudar atingia 82,6% em média. A diferença entre os mais pobres e os mais ricos chegava a quase 13 pontos percentuais. No grupo das pessoas de 18 a 24 anos de idade, 14,7% declararam somente estudar, 15,6% conciliavam trabalho e estudo, 46,7% somente trabalhavam. Outros 17,8% informaram realizar afazeres domésticos e 5,2% não realizavam nenhuma atividade.
No grupo de 16 a 24 anos, 22,2% recebiam até meio salário mínimo no mercado de trabalho. No Nordeste, esse percentual quase dobrava. Além disso, 26,5% das pessoas nessa faixa etária trabalhavam mais de 45 horas semanais. No universo dos jovens de 15 a 24 anos, quase 647 mil, o que correspondia a 1,9%, eram analfabetos, e a maioria 62 % deles estava no Nordeste, seguido pelo Sudeste com 19.
Metade dos que têm de 15 a 17 anos está no nível educacional adequado
O Estado de São Paulo
Novas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (17/09), apontam que a situação é menos favorável para adolescentes de 15 a 17 anos. No ano passado, a taxa de frequência à escola alcançou 85,2%, mas a taxa de escolarização líquida – percentual de pessoas que frequentavam a escola no nível adequado à sua idade, ou seja o ensino médio – era de 50,9%, contra 32,7% em 1999.
Norte e Nordeste tinham, respectivamente, 39,1% e 39,2% desses jovens no nível médio, não chegando a atingir os 42,1% que o Sudeste já tinha em 1999. Houve também um crescimento expressivo da frequência ao pré-escolar das crianças de 0 de 5 anos de idade. O percentual das que frequentavam escolas ou creche atingiu 38,1%, sendo que em 1999 era de 23,3%. Mesmo nas áreas rurais, onde a oferta de estabelecimentos para essa faixa etária é mais reduzida, o crescimento foi significativo, de 15,2% para 28,4% em dez anos. Na faixa de 6 a 14 anos, desde meados da década de 90, praticamente todas as crianças frequentavam escola.
As desigualdades no rendimento familiar per capita exercem grande influência na adequação da idade e do nível de ensino frequentado. Entre os 20% mais pobres da população, 32% dos adolescentes de 15 a 17 estavam no ensino médio, enquanto que, nos 20% mais ricos, essa situação se aplicava a 77,9%. Em 2009, a média de anos de estudo das pessoas de 15 anos ou mais era de 7,5 anos, inferior aos 8 anos necessários para a conclusão do o ensino fundamental obrigatório. No Sudeste, a média atingiu 8,2 anos e no Nordeste, 6,7. Para as pessoas de 25 anos ou mais de idade, a média era de 7,1 anos de estudo. Entre os 20% mais ricos, a média alcançou 10,4 anos de estudo acima do nível obrigatório, mas abaixo dos 11 anos equivalentes ao nível médio completo.
Apenas 5% dos brasileiros entre 25 e 64 anos continuam estudando
Agência Brasil
Em 2009, apenas 5,7% dos brasileiros entre 25 e 64 anos continuavam buscando a melhoria do seu nível educacional. É o que aponta a Síntese dos Indicadores Sociais de 2009 divulgada nesta sexta-feira, 17, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o instituto, essa proporção é mais alta entre as mulheres: 6,6%. E quanto mais se eleva a idade, menor é a frequência aos estudos. Entre os mais novos (de 25 a 34 anos), o percentual é de 10,2% contra 3,6% na
população de 50 a 64 anos.
É também entre os mais velhos que se concentra o maior número de analfabetos: 32,9% desse grupo é maior de 65 anos de idade. A maioria das pessoas que não sabem ler e escrever também é parda (58,8%) e vive no Nordeste (52,2%). Entre os brasileiros que recebem até meio salário mínimo, a taxa chega a 16,4%.
A pesquisa também aponta que 2,1 milhões de pessoas maiores de 15 anos de idade estavam matriculadas em cursos de educação de jovens e adultos, modalidade que se destina àqueles que não frequentaram a escola na idade correta. Nesse grupo, a maioria tem entre 25 e 39 anos (35,8%). Os mais velhos (com 60 anos ou mais) são minoria nessa modalidade de ensino: 6,2%. A maior redução do número de analfabetos em relação a 1999 se deu na faixa etária de 15 a 24 anos: eles eram 10,1% do total da população que não sabe ler e escrever naquele ano e passaram para 4,6%.