Cristovam diz que Ideb reprovou educação e propõe federalização do ensino fundamental

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O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou na quinta-feira, 8 de julho, que o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) – cuja nota ficou em 4,6 – é uma demonstração de que a educação brasileira está reprovada.

 

– Eu não vejo o presidente da República convocar ministros para saber por que ficamos em 85º [em ranking da Unesco] na educação, quando saiu esse resultado. Nós não fomos reprovados em futebol, apenas não ficamos entre os primeiros. Mas nós fomos reprovados na educação, e temos que ter uma proposta para sair disso.

Eu gostaria de ver este Senado, nos próximos anos, debatendo como o Brasil poderá reverter esse quadro – conclamou.

 

O Ministério da Educação (MEC) divulgou na última quinta-feira (1º) o Ideb de 2009. São dados que medem o aprendizado e a taxa de aprovação de mais de 2,6 milhões de estudantes de todo o país no ensino fundamental e no ensino médio.

 

Como solução para o problema, o senador propõe que o Brasil adote a federalização do ensino fundamental e da carreira dos professores, porém com a descentralização da gestão e do projeto pedagógico.

 

– Nós só vamos conseguir ter uma educação de qualidade e qualidade igualitária no país quando tratarmos a escola como nós tratamos o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, como nós tratamos a Receita Federal, a Polícia Federal, o Congresso, a Justiça, de uma maneira que os gastos sejam financiados nacionalmente, pela nação, e as exigências sejam feitas pela Nação, não apenas localmente pelos municípios e pelos estados- propôs.

 

Situação grave

 

Cristovam disse que o quadro na educação brasileira pode ser ainda “mais grave”, apontando para uma nota de 3,5, se for levado em conta o número de alunos que abandonam a escola. A nota obtida pelo Ideb é, na sua avaliação, uma “nota de aprovação deficiente”, por ser próxima a 5. Incluída a evasão, a reprovação é “desesperante”, disse o senador, por revelar um quadro em que o Brasil demonstra incapacidade para continuar estudando.

 

Cristovam comparou a educação brasileira com a europeia, com muitos anos de investimento, o que, segundo ele, levou à atual situação de desenvolvimento baseado em tecnologia do conhecimento. Para ele, o Brasil, diferentemente, tem uma economia industrial básica, mecânica e agrícola. Porém, Cristovam insistiu que os parlamentares na próxima legislatura priorizem a discussão da escola que se quer para o futuro.

 

Apartes

 

Heráclito Fortes (DEM-PI), ao comentar o resultado do Ideb, lamentou que o Piauí tenha recebido a pior nota no ensino médio, em contraste com a capital Teresina, que segundo ele teve o melhor desempenho do Nordeste. Criticou a utilização “eleitoreira” do cargo de secretário da educação e sugeriu período de quarentena para cargos eletivos para quem ocupar essa pasta na esfera estadual. Nesse sentido, Cristovam considerou que a federalização da profissão de professor é a melhor solução para a questão.

 

Por sua vez, o senador Arthur Virgílio criticou a praxe de se considerar o professor “sacerdote” para justificar baixos salários. Citou a Coreia do Sul como exemplo de país que investiu maciçamente em educação e, com isso, ultrapassou o Brasil em renda per capita, tornando-se país exportador de produtos de alta tecnologia.

 

Potencialidades

 

Ao se referir a um comentário de Arthur Virgílio sobre a possibilidade de o Brasil se tornar uma potência por ter um conjunto de potencialidades que outros países latino-americanos não possuem, Cristovam lamentou que falta ao país a principal delas, a educação, “capacidade que unifica todas as outras. Para Cristovam, o Brasil só se tornará uma potência se tiver capital humano habilitado a manejar equipamentos e aparatos modernos. O senador salientou que a educação é o elemento alavancador do crescimento sustentável.  

 

 

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