Servidores do Inep e do FNDE estão em greve; MEC diz que calendários estão mantidos

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Os funcionários do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) e do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), ambos autarquias do MEC (Ministério da Educação), decidiram, na manhã de terça (4), manter a paralisação que começou no dia 26 de abril. Os órgãos ficam em Brasília.

 

De acordo com o ministério, todos os calendários estão mantidos. O FNDE é responsável por programas de merenda, transporte escolar e livros didáticos. Já o Inep tem como atribuições a elaboração de avaliações nacionais, como o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Juntas, as duas instituições possuem cerca de 875 funcionários concursados, de um total de 1.500.

 

Segundo Alessandro Borges, do comando de greve no Inep, a adesão ao movimento é de “quase 100%”. Na sede do FNDE, “está tudo parado”, nas palavras de um sindicalista. O movimento é ligado ao Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Distrito Federal, entidade filiada à CUT (Central Única dos Trabalhadores).

 

O Ministério do Planejamento, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que está em negociação e não comenta as reivindicações dos funcionários.

 

Óleo na entrada do FNDE

 

Na manhã de terça (4), as portas da sede do FNDE  amanheceram trancadas com correntes pelo lado de fora e, no chão, havia uma substância que parecia ser óleo diesel e piche. Os bombeiros foram chamados para impedir que o combustível pegasse fogo. Não houve nenhum ferido.

 

Os manifestantes a favor da greve negam a autoria. “Quando chegamos aqui por volta das 8h, já estava assim”, afirma Manoel Rodrigues, do comando de greve do FNDE. “Acho que o objetivo era que as pessoas escorregassem e caíssem [ao tentarem entrar no prédio].” Ele contou que as portas permaneciam trancadas até o meio-dia.

 

Na manhã desta terça, o comando de greve do Inep também fez piquete na frente do prédio. Além disso, eles colocaram cadeiras diante da porta para impedir os funcionários de entrar. Ao final da assembleia, que começou por volta das 9h e terminou em torno das 10h30, alguns funcionários tiveram a entrada liberada. Esse foi o caso do presidente do instituto, Joaquim José Soares Neto. Mas, as cadeiras se mantêm diante da entrada.

 

Reivindicações


Tanto os funcionários do Inep quanto do FNDE pedem restruturação do plano de carreira (veja no blog dos servidores o detalhamento). “Temos o pior plano de carreira da Esplanada”, disse Borges. Segundo ele, o Inep perdeu 42% de seus funcionários concursados nos dois últimos anos devido aos baixos salários. “Temos muita responsabilidade [e isso é desproporcional ao salário]”, afirmou referindo-se à divulgação dos dados feita pelo órgão e pela elaboração do Enem, que ganhou status do maior vestibular do país em 2009.

 

O pleito começou no ano passado, quando os funcionários ameaçaram greve às vésperas da aplicação do Enem. Segundo o movimento grevista, houve uma promessa de acordo. Os funcionários desistiriam da greve e o governo estudaria as propostas.

 

Na noite de segunda-feira (3), houve uma reunião com representantes do Ministério do Planejamento. Segundo os grevistas, a proposta foi de que eles retornassem ao trabalho e esperassem as mudanças no plano de carreira. O grupo votou, em assembleia, por manter a greve. Eles dizem que pediram uma audiência com o ministro da Educação, Fernando Haddad, para pedir que ele interceda junto ao Planejamento.

 

 

 

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